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hikafigueiredo

"A Canção da Estrada", de Satyajit Ray, 1955

Filme do dia (180/2018) - "A Canção da Estrada", de Satyajit Ray, 1955 - Em um vilarejo distante e ancestral na Índia, nasce Apu (Subir Banerjee). Morando em companhia de seu sonhador pai (Kanu Banerjee), sua realista mãe (Karuna Banerjee), sua irmã Durga (Uma Dasgupta) e uma tia idosa (Chunibala Devi), Apu sobrevive na extrema miséria, vestindo trapos e se alimentando quando pode. Uma viagem de seu pai com a promessa de melhora de vida, encherá a família de esperanças.





Obra-prima absoluta do cinema indiano, o filme retrata, com raro lirismo, o cotidiano sofrido de uma família pobre no interior do país. O filme discorre sobre vida, sobrevivência, esperança, sonhos, afeto e responsabilidade. Trata, ainda, de generosidade e de seu contraponto, a mesquinhez extrema. O ritmo é extremamente lento, mas nada, no filme, é gratuito ou aleatório. Cada cena, cada passagem, verte uma poesia seca, dura, como a que encontramos em obras como "Vidas Secas", "Ladrões de Bicicleta" ou "A Terra Treme". É um filme sofrido, angustiante, mas, também, riquíssimo em vida e realidade, um verdadeiro excerto da existência humana. Tecnicamente, destaque para a fotografia P&B excepcionalmente bela, muito contrastada e minuciosa, com granulação quase inexistente (é possível ver os poros dos atores nas cenas mais próximas), e para a trilha sonora de música tradicional indiana do conhecido músico Ravi Shankar. Quanto às interpretações, destaque para o pequeno Subir Banerjee e seus olhos enormes como Apu, para Uma Dasgupta, como a irmã Durga e para Karuna Banerjee como a mãe, responsável pelas passagens mais dolorosas da história. Filme lindo, lindo, obrigatório.

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