Filme do dia (08/2017) - "A Coleção Invisível", de Bernard Attal, 2012 - Beto (Vladimir Brichta) acaba de sofrer uma grande tragédia pessoal. Desacorçoado, ele se fecha em sua casa e não quer contato social algum, até que, por um acaso, encontra, no antiquário que sua mãe possui, um antigo conhecido que lhe narra sobre o interesse de um rico colecionador nas obras de determinado artista. Beto, então, saí em busca de tais obras, o que o leva a uma jornada pelo interior da Bahia.
Então... o que falar sobre esse filme? Eu diria que não é uma obra ruim - não, o filme tem alguns grandes méritos... mas algumas falhas pouco aceitáveis também. Se considerarmos os pontos positivos, temos uma história que guarda certa singeleza que chegou a me tocar - o personagem, no princípio egoísta e autocentrado, a certa altura tem uma atitude tão altruísta, tão nobre, que me deixou sinceramente emocionada; outra virtude do filme são as interpretações - Vladimir Brichta, conhecido por seus papéis cômicos "globais", tem uma ótima interpretação dramática (a ponto de eu não conseguir "vê-lo" como Vladimir Brichta, parecia outro ator); Walmor Chagas como o Sr. Samir está maravilhoso (foi sua última participação no cinema, antes de sua morte), assim como Clarice Abujamra como Clara; O filme, também, tem uma fotografia lindíssima, ainda que triste, pois retratando a região do cacau, na Bahia, já decadente, com fazendas abandonadas e semi-destruídas, tudo recheado com certa melancolia; e a música final, cantada por Tiê, quase me levou às lágrimas. Quanto aos deméritos, o roteiro sofre alguns "pulos" que, se não chegam a estragar a história, a tornam um pouco menos crível. Mas o que realmente me incomodou foi o título profundamente equivocado, que acaba por tirar boa parte do brilho da trama (se eu falar mais alguma coisa acabo de vez com a história). Eu diria que o filme é singelo, bonitinho e correto, sem, no entanto, ser brilhante, mas gostei e até acho que vale a visita.
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