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"A Grande Ilusão", de Jean Renoir, 1937

hikafigueiredo

Filme do dia (127/2021) - "A Grande Ilusão", de Jean Renoir, 1937 - Durante a Primeira Guerra, dois oficiais franceses - o Tenente Maréchal (Jean Gabin) e o Capitão Boeldieu (Pierre Fresnay) - são capturados pelo exército alemão e vão para um campo de prisioneiros, onde farão amizade com outro oficial, o Tenente Rosenthal (Marcelo Dalio). Juntos, tentarão fugir por diversas vezes, sem sucesso, sucedendo-se em diferentes campos de prisioneiros pelo território alemão.





Um dos mais famosos filmes franceses sobre a Primeira Guerra, a obra discorre sobre o companheirismo desenvolvido entre os soldados, bem como acerca de respeito entre as tropas inimigas. É uma obra que retrata a guerra com romantismo - estar em combate é valoroso, demonstra coragem, patriotismo e altruísmo, já que seria um sacrifício por um bem maior. Como eu não acredito em absolutamente nada disso, achei a abordagem da história incômoda. Fazendo um parêntese, eu admiro filmes que retratem as guerras como elas realmente são - sujas, estúpidas e inúteis e qualquer romantismo que recaia sobre o tema para mim é desprezível. Além de tratar da guerra de uma forma com a qual não concordo, para mim o filme é arrastado e inverossímil - o campo de prisioneiros parecia mais uma colônia de férias, com tanta cordialidade e gentileza entre os soldados inimigos, seria difícil alguém querer fugir para voltar a integrar as tropas combatentes. A narrativa é linear e o ritmo lento que só - eu tive a impressão de não acontecer nada a história inteira. Eu gosto muito de filmes lentos, desde que eles conversem com o meu emocional, que eu consiga senti-los em um aspecto não racional - e isso não aconteceu nessa obra. As interpretações de Jean Gabin, Pierre Fresnay, Marcelo Dalio e Erich von Stroheim (que interpreta o Capitão von Rauffenstein) são bastante boas dentro da realidade criada para o filme (digo isso por não acreditar que soldados de dois exércitos inimigos possam ser assim tão cordiais entre si). Mas, sinceramente, o melhor do filme para mim é o título, que se refere à esperança daquela ser a última das guerras - o que nós sabemos que não foi (e nunca será, considerando a natureza do bicho-homem). Apesar de toda a fama, o filme não funcionou para mim, motivo pelo qual, com dor no coração, me abstenho de recomendá-lo.

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