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"A História da Eternidade", de Camilo Cavalcante, 2014

hikafigueiredo

Filme do dia (57/2017) - "A História da Eternidade", de Camilo Cavalcante, 2014 - Os moradores de um pequeno vilarejo no sertão nordestino lutam para sobreviver em plena seca. Apesar das vidas modorrentas, vazias, solitárias, sempre existe lugar para o desejo, ainda que pelas pessoas mais improváveis.





Esta obra me foi mais que recomendada por quem viu. Procurei o DVD por mais de ano e quase infartei quando finalmente o encontrei. Por certo masoquismo, guardei o filme e saboreei a espera até estar realmente com disposição para assisti-lo. E o resultado foi quase uma epifania. Não é todo dia que nos deparamos com uma verdadeira obra de arte como essa!!!! A obra, primeiro, trata de uma questão universal - o desejo, que pode ou não vir revestido de amor e afeto pelo objeto de desejo. Temos, aqui, três histórias que se "roçam": Alfonsina (Débora Ingrid) é uma menina de 15 anos que sonha em conhecer o mar e sente-se enfeitiçada por João (Irandhir Santos), seu tio, um artista de rua epilético; Querência (Marcelia Cartaxo) vive o luto por um filho pequeno e é assediada por Aderaldo (Leonardo França), um cego que toca acordeon; e Dona das Dores (Zezita de Matos), uma idosa que recebe o jovem neto vindo do Sudeste. Em comum, o desejo que aflora e invade os personagens Além de tratar de tema universal, a obra é excepcionalmente bem desenvolvida. O roteiro e a direção são impecáveis. Tecnicamente, também, o filme não merece nenhum reparo - da fotografia maravilhosa, à direção de arte minuciosa, passando pelo som exemplar (ponto em que muitos filmes nacionais pecam) e trilha sonora delicada, tudo se encaixa com perfeição. Perfeitas, ainda, são as interpretações de todos no elenco. Todos???? Sim!!!!! Os intérpretes foram escolhidos a dedo e não tem nenhum que destoe!!!! Mas eu não faria jus à obra se não destacasse duas cenas em especial - a cena em que João "cria" um mar para Alfonsina; e a passagem DESLUMBRANTE onde João canta e interpreta a música "Fala" dos Secos & Molhados, coma câmera rodando ao seu redor. Essa última é uma das cenas mais excepcionais a que eu assisti em um filme nacional desde sempre (eu a colocaria ao lado da cena em que Simone Spoladore dança em "Lavoura Arcaica"). O filme inteiro é pura emoção e sentimento, TEM QUE SER VISTO!!!!! Ps - Cinema nacional hoje é sinônimo de cinema Pernambucano. É definitivamente o melhor e mais refinado polo de cinema que temos atualmente. Viva Pernambuco!!!!! <3 Ps2 - Esquece o Ryan Gosling - eu amo mesmo é o Irandhir Santos !!!!

 
 
 

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