Filme do dia (334/2021) - "A Maldição de Drácula", de Michio Yamamoto, 1974 - O professor Shiraki (Toshio Kurosawa) é contratado para lecionar em uma afastada escola para garotas. Ao chegar ao local, descobre que a esposa do diretor (Shin Kishida) acaba de falecer. Consternado, ele fica surpreso ao saber que a falecida encontra-se em uma cripta na casa do diretor e, como costume local, lá permanecerá por uma semana. Ao iniciar suas aulas, percebe uma estranha movimentação no colégio, o que o leva a ficar alerta.

Fechando a trilogia dos vampiros de Michio Yamamoto, a obra retoma o clima gótico do primeiro filme. Tanto a ambientação - a mansão afastada, aqui transformada em colégio -, quanto a caracterização do vampiro - com presas aparentes e domínio sobre suas vítimas - mantém-se dentro da mitologia tradicional. Infelizmente, aqui a criatura perdeu seus olhos dourados, algo que me transtornou - ou fascinou - nos dois primeiros filmes. Como não poderia deixar de ter, Yamamoto coloca seu toque pessoal ao imaginar uma forma dos vampiros atravessarem os séculos sem causar estranheza ou desconfiança e, devo dizer, essa forma se mostrou um tanto quanto perturbadora (sem spoilers). Na história, um professor é contratado para lecionar na escola de garotas, mas, logo que chega ao colégio, percebe coisas muito estranhas envolvendo o diretor e sua falecida esposa. Ele passa a investigar a estranha morte de uma aluna e se depara com indícios da existência das terríveis criaturas da noite. A narrativa é linear, com um único flashback que revela, de uma maneira bastante criativa, como se originou a lenda local acerca de vampiros. O ritmo é moderado e irregular - há momentos mais lentos, outros mais ritmados -, adequado à narrativa. A atmosfera é de leve tensão constante e, como na obra anterior, predomina o terror psicológico com algumas cenas de jumpscare (e pelo menos uma delas me fez pular na cadeira). Mais uma vez, há o incremento da fotografia e da direção de arte, que se mostram superiores aos dos filmes predecessores - a maquiagem mais ou menos se manteve igual, dando uma cor azulada aos vampiros e suas vítimas, mas temos alguns efeitos especiais ao final que considerei bastante razoáveis. A trilha sonora manteve-se dentro do esperado para o gênero (agora sem o cravo deslocado). O elenco principal contou com Toshio Kurosawa no papel do professor Shiraki, numa interpretação boa para o gênero; Mariko Mochizuki interpreta a aluna Kumi, com os maneirismos esperados para uma "mocinha" de filme de terror; e, Shin Kishida, que já fora o vampiro do filme anterior, retomando o papel de criatura da noite, aqui com mais presença e diálogos. Ah, eu diria que é um filme de vampiro bem padrão, a despeito da sua aparência oriental. Da trilogia, ainda prefiro o primeiro que, apesar de mais simples (ou até mesmo mais tosco), tinha a vampira mais arrepiante, com seu sorriso debochado e cara de insana. Para quem gosta do gênero, é bem interessante conhecer, afinal não é todo dia que vemos vampiros com traços orientais. Como eu gosto demais do gênero, eu curti a trilogia inteira.
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