top of page

"A Mulher do Lado", de François Truffaut, 1981

  • hikafigueiredo
  • 3 de dez. de 2020
  • 2 min de leitura

Filme do dia (426/2020) - "A Mulher do Lado", de François Truffaut, 1981 - Bernard (Gérard Depardieu) e sua esposa Arlette (Michèle Baumgartner) vivem felizes com seu filho Thomas em uma pequena vila nos arredores de Grenoble, na França. Um dia, novos moradores chegam à casa vizinha - o casal Bouchard. Ocorre que a Sra. Bouchard (Fanny Ardant) é uma antiga namorada de Bernard, o que trará terríveis desdobramentos à vida dos dois casais.





Nesta obra de Truffaut temos um retrato da paixão sem limites, do sentimento arrebatador que não permite qualquer sobrevivência além dele. Os antigos amantes, que outrora já haviam experimentado toda a sorte de sofrimentos por conta daquele envolvimento, reencontram-se e a paixão desenfreada rapidamente vem à tona. Enredados em um sentimento descontrolado que os corrói, impossibilitados de viverem separados ou juntos - uma vez que aquela paixão, beirando à insanidade, não acata a distância, tampouco a proximidade - e sem qualquer limite ou escrúpulo, o casal entra em uma espiral de loucura com um resultado assustador. Conduzidos pela narração de uma testemunha dos fatos, o espectador observa o desenrolar da história sem com ela se envolver - ainda que mostre um torvelinho de emoções, não achei que o filme chame, para si, o despertar de grandes sensações no público, que permanece à margem daqueles sentimentos todos. Para mim, foi como se os personagens estivessem encapsulados naquela paixão e nada pudesse alcançá-los, o que resultou em certa "frieza" junto ao espectador - o que não quer dizer que não seja um filme envolvente, a gente apenas não "sente" a obra. A narrativa flui excepcionalmente bem sob a direção segura e minuciosa de Truffaut que contou com o sólido trabalho de Depardieu e Ardant - eu gosto muito de Gerard Depardieu, mas tenho de admitir que a obra pertence a Ardant, completamente entregue à sua personagem Mathilde, que se mostra "perdida" em meio às emoções recém despertadas. No elenco, ainda nos deparamos com a bela atuação de Véronique Silver como Madame Jouve, a qual concorreu, assim como Ardant, nas categorias de interpretação feminina (coadjuvante e principal, respectivamente) ao Prêmio César. Destaque para a cena da festa, para mim, o clímax da história. A obra é bastante consistente e não fica atrás de outros grandes filmes do diretor. Muito bom, eu gostei bastante e recomendo.

 
 
 

コメント


bottom of page