Filme do dia- 2 (133/2015) - "A Pedra de Paciência", de Atiq Rahimi, 2012 - Uma jovem mulher, em uma casa em ruínas no Afeganistão, cuida de seu marido muitos anos mais velho que se encontra em estado vegetativo desde que levou um tiro no pescoço. Diante da solidão dos dias que passam, a mulher passa a "conversar" com o esposo, fazendo as mais íntimas confissões ao homem e expurgando suas dores e sofrimento.

Sensível filme sobre a condição feminina nos países muçulmanos, a história inova e ousa em expor temas como a sexualidade, a infidelidade, a prostituição lá para aquelas bandas, demonstrando que, por mais que as culturas sejam diferentes, há questões que tocam e incomodam universalmente. O filme é lento, mas não pode ser considerado monótono - por mais que o cerne sejam os longos monólogos da jovem, há espaço para tensão na conturbada realidade em que ela vive. É um belo filme, mas que causa angústia, tristeza. Também admito que algumas coisas são previsíveis, mas não chegam a comprometer o resultado final. A atriz Golshifteh Farahani, iraniana exilada em Paris e que atuou no ótimo "A Procura de Elly", está maravilhosa no papel da jovem e angustiada mulher. A fotografia é bastante boa e alguns ângulos de câmera foram muito felizes e surpreendentes. Aconselho para quem curte filmes fora do eixo EUA-Grã Bretanha.
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