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  • hikafigueiredo

"Adaptação", de Spike Jonze, 2002

Filme do dia (134/2018) - "Adaptação", de Spike Jonze, 2002 - O roteirista Charlie Kaufman (Nicolas Cage) é contratado para adaptar para o cinema o livro da jornalista Susan Orlean (Meryl Streep) sobre o excêntrico ambientalista John Laroche (Chris Cooper). No entanto, a baixa auto-estima do roteirista, aliada à sua dificuldade em se relacionar com o outro, bloqueiam Charlie, que acaba por pedir ajuda a seu irmão gêmeo Donald (Nicolas Cage), de personalidade oposta à sua, para ajudá-lo na empreitada.





Fiquei anos sem assistir a esse filme, graças ao poster de divulgação e à capa do DVD que estampavam a cara do Nicolas Cage - e vamos combinar que o ator não é a melhor referência para qualquer obra. Acabei me rendendo ao filme graças à dobradinha do roteirista Charlie Kaufman e do diretor Spike Jonze, que já haviam trabalhado juntos no esquisitíssimo "Quero ser John Malkovich". Tomei um tapa na cara bem dado - bem feito para mim, para aprender a não ter preconceitos idiotas. O filme é óóóóóótimo, a dobradinha rendeu mais uma obra diferente e Nicolas Cage mostrou que quando o roteiro ajuda e o diretor é bom, ele tem todas as condições de se sair super bem. O filme leva ao extremo a característica metalinguística, mostrando, inclusive, cenas do making-of de "Quero Ser John Malkovich", mas o termo "adaptação" do filme não se restringe, apenas, ao ato de transformar a história do livro em roteiro para um filme - o termo trata ainda da capacidade das pessoas se modificarem, de, literalmente, adaptarem-se a diferentes situações. A narrativa é riquíssima em inter-relações e os diversos arcos dramáticos se interseccionam como só um roteirista do nível de Charlie Kaufman seria capaz de fazer. Para quem viu a obra anterior da dobradinha, sabe que não é para esperar nada muito tradicional... o roteirista é conhecido por seus roteiros esdrúxulos, intrincados, complexos e irônicos. A primeira grande ironia do filme foi colocar, como personagem principal, o próprio Charlie Kaufman, numa visão nada condescendente sobre si mesmo. A segunda ironia foi criar o irmão gêmeo Donald - que não existe na via real - de personalidade completamente oposta e que está escrevendo um roteiro sobre múltiplas personalidades, para ajudar Charlie - detalhe: o irmão fictício assina o roteiro de "Adaptação" junto com Charlie... !!! O filme é digno de tese de doutorado e é impossível esmiuçá-lo em poucas linhas, por isso nem vou tentar. A obra foi indicada ao Oscar em mil categorias diferentes (inclusive Melhor Ator para Cage!!!), ganhando na categoria de Melhor Ator Coadjuvante com Chris Cooper (fantástico!!!!). A obra é incrível, divertidíssima, complexa e muito bem dirigida pelo ótimo Spike Jonze. Recomendadíssimo!!!!!

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