Filme do dia (256/2020) - "Adorável Pecadora", de George Cukor, 1960 - Jean-Marc Clément (Yves Montand) é um bilionário francês que conhece Amanda (Marilyn Monroe), uma linda artista de teatro, que não o reconhece como o famoso playboy. Apaixonado pela moça, ele decide que quer que ela se interesse por ele e não por seu dinheiro e poder, motivo pelo qual ele se faz passar por um aspirante a artista desempregado.
Nessa gostosa comédia romântica, temos Marilyn interpretando - mais uma vez - a linda moça sensual, mas inocente, "pouco privilegiada intelectualmente" (aka tapadinha) - pobre atriz, ficou marcada pela personagem "loira burra", algo que eu duvido que fosse realmente. De qualquer forma, a obra aproveita o bom timing de Marilyn para a comédia e seu talento razoável para números musicais. Acho bonitinha a história do milionário que não quer mais "comprar" seus relacionamentos e precisa buscar em si outras qualidades que não apenas sua riqueza material (ainda que ele tente burlar a situação, em alguns momentos, fazendo uso, justamente, de seu cacife financeiro) para conquistar a garota de quem gosta. Querendo ou não, há uma crítica aqui aos relacionamentos "por amor" dos homens ricos com as belas moças "desinteressadas" - algo não muito comum (contém ironia). A narrativa flui suavemente, sem interregnos , em tempo linear e ritmo constante. É uma comédia romântica com mais romance do que comédia, mas tem lá sua graça. O formato da obra é beeeem padrão Hollywood anos 50, sem muito o que acrescentar. Os números musicais são bem bonitinhos, com destaque óbvio para "My Heart Belongs to Daddy", música de ninguém menos que Cole Porter. No elenco, um Yves Montand super à vontade como o bilionário Jean Marc-Clément aproveitando seus muitos talentos, que vão da mímica à cantoria; Marilyn foi imortalizada quase sempre no mesmo papel, que ela sempre interpretou muito bem e aqui não foi diferente. Tony Randall interpreta Alexander Coffman, o relações públicas de Clément; e Frankie Vaughan, o artista Tony Danton. O comediante Milton Berle, o cantor Bing Crosby e o multi artista Gene Kelly interpretam-se a si próprios. Reclamação: a frase da personagem "eu ainda tenho que fazer o ensino noturno?" - quer dizer que se uma mulher tem dinheiro e um homem para chamar de seu, ela não precisa estudar, ser culta e inteligente???? Pelamor... O filme, no geral, é bem gracinha, não arranca gargalhadas, mas te deixa um sorriso bobinho no rosto. Já deve ser a terceira vez que assisto a ele e eu sempre me divirto. Recomendo.
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