Filme do dia (93/2021) - "Alguém Muito Especial", de Howard Deutch, 1987 - Keith (Eric Stoltz) é um adolescente tímido e considerado estranho no colégio. Ele nutre uma paixão platônica pela popular Amanda Jones (Lea Thompson), que nem sabe que ele existe. Decidido a conquistá-la, Keith a convida para sair, sem perceber que magoa Watts (Mary Stuart Masterson), sua melhor amiga, que é apaixonada por ele.
Com roteiro e produção de John Hughes - conhecido pelos inúmeros filmes adolescentes que fizeram sucesso nos anos 80 -, a obra é um romance ingênuo e previsível, o que não a impede de ser adorável e relembrada, com carinho, por quem a viu na época. Como tantos outros filmes adolescentes, ele discorre sobre jovens que tentam equacionar a questão de ser alguém particular e único e, ao mesmo tempo, pertencer e ser aceito em um grupo. Os personagens Keith e Watts são, ambos, figuras consideradas estranhas em seu meio, verdadeiros "outsiders", e, justamente por isso, pouco aceitos pelos demais estudantes. Melhores amigos, eles se apoiam e um aceita o outro exatamente como é. No entanto, Keith sonha com a menina mais popular da escola, sem se dar conta que isso é, em parte, uma necessidade de ser, no mínimo, respeitado pelos demais colegas. Watts, por sua vez, só tem olhos para Keith e pouco se importa se é popular ou não no colégio. O desfecho da história não poderia ser mais previsível - o interessante é ver como chegaremos ao final já esperado. A narrativa é linear, com ritmo marcado e linguagem convencional e acessível, bem adequada a uma sessão de cinema "familiar" (se bem que acho que é um filme que agrada mais aos pais - que eram adolescentes na época do lançamento da obra - do que aos filhos, já que o ritmo de hoje é bem mais "alucinante"). O elenco traz três nomes conhecidos na década de 80 - Eric Stoltz, o ruivinho que fez sucesso em "Marcas do Destino" (1985); Mary Stuart Masterson, conhecida por "Tomates Verdes Fritos" (1991); e Lea Thompson, atriz da icônica trilogia "De Volta para o Futuro" (1985, 1989 e 1990). O filme é bobinho, bonitinho e gostoso de assistir. Tem a profundidade de uma pizza, mas quem se importa? Para mim, é uma obra que mexe com a memória afetiva e me faz adolescente de novo. Uma graça. Recomendo. PS - engraçado como os padrões de beleza mudam com o tempo. O "menino popular" na história, interpretado pelo ator Craig Sheffer, não faria nenhum sucesso com as meninas de hoje, pelo menos não pela estética, mas na época ele devia ser "o máximo"!
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