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  • hikafigueiredo

"Amnésia", de Christopher Nolan, 2000

Filme do dia (100/2021) - "Amnésia", de Christopher Nolan, 2000 - Leonard (Guy Pearce) busca, incansavelmente, o homem que estuprou e matou sua esposa. Ocorre que Leonard sofre de perda de memória recente e não consegue se lembrar de nada que tenha acontecido minutos antes. Assim, ainda que use de meios para guardar informações, Leonard pode ser traído por suas próprias anotações.





Well... A primeira vez que assisti a esse filme, na época de seu lançamento, eu o achei, simplesmente, incrível. Vinte anos depois, eu o acho tão... Christopher Nolan!!! Como várias outras obras do diretor, o filme tem um roteiro complexo e imbricado, que mais confunde do que esclarece, totalmente "mindfuck". Okay, a estrutura dele ainda é, na minha opinião, genial, só acho que o diretor exauriu um pouco esse estilo nas suas obras subsequentes, motivo pelo qual percebo uma tendência em mim (e em outras pessoas que conheço) a não ter tanta boa vontade assim com seus filmes complicados e esquisitos. De qualquer forma, no seu segundo longa-metragem, Nolan inovou ao narrar uma história de trás para frente, revelando, aos poucos, informações que estavam perdidas na memória doente do protagonista - mas não espere, ao fim do filme, ter grandes certezas sobre os acontecimentos: da primeira vez que eu vi esse filme, eu fiquei convencida de coisas que, nessa segunda visita, não me pareceram assim tão claras e óbvias. O grande divertimento do filme é tentar montar um quebra-cabeça com as informações que chegam dos demais personagens, já que nada que recebemos de Leonard é certo e confiável. A narrativa é absolutamente não linear - não bastasse trazer a história de trás para frente, ainda há a alternância de momentos diferentes e "flashes" de recordações antigas do personagem Leonard (para quê simplificar, né?). O ritmo do filme é marcado e a atmosfera é de suspense e tensão. A fotografia do filme alterna P&B e cor, marcando diferentes momentos - o que ajuda o espectador a se situar na cronologia das coisas. A montagem do filme é primorosa, justamente por não ser nada óbvia e ter muita liberdade para "jogar" com as cenas. O elenco traz o ótimo Guy Pearce como Leonard - gosto muito deste ator, eu o acho bastante versátil, haja vista personagens tão díspares como Adam/Felícia em "Priscilla, A Rainha do Deserto" (1994) e o detetive Ed em "Los Angeles, Cidade Proibida" (1997); Carrie-Anne Moss interpreta Natalie - mais conhecida pela trilogia "Matrix", aqui a atriz pôde mostrar mais seu talento, através de uma personagem que não é o que parece ser num primeiro momento; Joe Pantoliano interpreta Teddy e Stephen Tobolowski assume o personagem Sammy. O filme foi indicado ao Oscar nas categorias Melhor Montagem e Melhor Roteiro Original e foi agraciado com o prêmio Critics' Choice Awards, também por Roteiro Original (de autoria do próprio Nolan). Apesar do rancinho que peguei das elucubrações cinematográficas do diretor, esse filme ainda me agrada e, talvez, seja a obra de Nolan que me pareça mais "honesta" nas suas propostas. Eu gosto bastante e recomendo, mas deixando claro que é uma daquelas pirações bem "nolescas", okay?

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