Filme do dia (154/2020) - "As Bodas de Satã", de terence Fisher, 1968 - Inglaterra, 1929. O Duque de Richleau (Christopher Lee) e seu amigo Rex Van Ryn (Leon Greene) descobrem que o filho de um amigo falecido, Simon (Patrick Mower), está se envolvendo com uma seita satanista. Temendo pela vida do rapaz, os dois amigos farão de tudo para afastá-lo das trevas.
Nesta ótima obra do estúdio inglês Hammer, especializado em filmes de terror, temos uma história deliciosa sobre, para mim, o melhor assunto do gênero - o sete-peles, o coisa ruim, o senhor das trevas: ele mesmo, o diabo em pessoa!!!! Com uma narrativa super bem construída, que consegue criar aquele climão que eu tanto gosto, o filme brinca com um pouco com os signos e rituais trevosos e entrega uma obra bem acima das demais do gênero daquela época (anos 60) e, do que eu já vi, um dos melhores filmes do mencionado estúdio. Claro que, nem tudo são flores, e identifiquei duas coisas que eu não gostei na obra: a primeira, e muito mais grave, foi uma dose GIGANTESCA de preconceito racial e xenofobia na história. Os dois amigos, assim que chegam à casa de Simon, deparam-se com uma reunião dos integrantes da seita satanista (isso nem é spoiler, porque rola logo nas primeiras cenas do filme). E advinha o que temos dentre aqueles membros do grupo? Negros com roupas africanas, negros com roupas indianas, negros, negros, negros, muito mais do que se esperaria encontrar numa reunião comum em plena Inglaterra dos anos 20. Ou seja... ligação clara entre as pessoas de pele negra e o demo. Mas não pára aí. Em uma determinada cena, há a manifestação de uma entidade demoníaca. E advinha qual é a etnia do capirotinho? Ahá!!!! Foda, né??? Isso me azedou o humor. A segunda coisa que me desgostou, mas bem menos importante, foram uns "defeitos" especiais ruins "pá porra", inclusive uma "back projection" que nem a minha turma de faculdade fez tão mal feita. Tirando esses dois poréns, o filme é bem legal e me divertiu um monte. Boa direção de arte de época, adorei a imagem de Baphomet e a cena do Sabá, ambas ótimas. O mesmo não posso dizer do "anjo da morte", péssimo. No elenco, um dos três deuses supremos do panteão dos filmes de terror - Sir Christopher Lee, aqui no papel de "mocinho" - para mim, ele sempre vai ser o Conde Drácula -, como sempre estupendo!!!! Gostei do restante do elenco, mas destacaria a interpretação de Charles Gray como Mocata (vamos combinar que o sujeito tem um penetrante olhar demoníaco, vai!!!!). Olha... filme muito bom, provavelmente o carro-chefe do Box Obras Primas do Terror 10, da Versátil. Recomendo para os amantes do gênero.
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