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"Até o Último Homem", de Mel Gibson, 2016

hikafigueiredo

Filme do dia (41/2017) - "Até o Último Homem", de Mel Gibson, 2016 - Desmond Doss (Andrew Garfield) é um jovem, muito religioso, que, durante a Segunda Guerra, alista-se no exército para combater nas frentes inimigas. Ocorre que, seguindo suas crenças e consciência, Doss não aceita pegar em uma arma e matar quem quer que seja. Enfrentando todos os percalços possíveis, ele se torna médico de campo e, finalmente, é mandado para o campo de batalha.





Baseado em fatos reais, a obra tem méritos e deméritos - pesando mais para o primeiro. De virtude, temos um personagem forte, que cativa e com uma carga dramática intensa; temos um roteiro bem feito, amarrado, em tempo cronológico (mas com pequenas inserções de momentos passados), temos Andrew Garfield que está muito bem como o personagem principal (eu sei que ele não é um suuuuuper ator.... mas eu simpatizo com o rapaz e acho que ele se encaixou muito bem no papel); temos o fenomenal Hugo Weaving no elenco de apoio, como Tom Doss, pai de Desmond; e temos a direção segura e muito competente de Mel Gibson. Agora... de problemas, temos um filme bem quadradão, bem Hollywood, que carece um pouco de novidade; e temos a direção de Mel Gibson. Ué, mas a direção não é boa? É. Mas também não é. Mel Gibson tem uma predileção por cenas explícitas desde "A Paixão de Cristo". Um campo de batalha certamente é um local repugnante. Mas basta uma ou duas cenas para entendermos isso. Mas não. Para o diretor, devemos ser lembrados, constantemente, de quão horroroso é um campo de batalha. Então taca vísceras expostas, cabeças explodindo, corpos sem membros, sangue voando - o filme quase chega a ser "gore". E isso se repete, sem parar, ao longo da obra. Também temos aquela forçação de barra em cima da religião (okay, o personagem é ultra religioso, mas é perceptível a mão pesada de Gibson nesse quesito), o que também cansa um pouco. Por fim, achei que existe certa ambiguidade no filme acerca da concepção da guerra e do inimigo - em alguns momentos parece que se exalta a guerra, os feitos heróicos, romantiza a batalha, etc, e, em outros, parece que há uma crítica à belicosidade. O inimigo, por outro lado, na minha opinião, foi desumanizado, em contraposição com a coragem e o heroísmo das tropas americanas... mas isso foi uma percepção minha, talvez eu tenha elucubrado demais. Mas, no final, acabei curtindo o filme e acho que valeu a pena. Recomendo.

 
 
 

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