Filme do dia (86/2018) - "Atrás dos Muros do Convento", Walerian Borowczyk, 1978 - Itália, século XIX. Em um convento, a madre superiora mantém as jovens freiras sob estritas regras de conduta, reprimindo qualquer manifestação de sua sexualidade. No entanto, as jovens estão dispostas a quebrar as regras e arranjar formas de satisfazer seus intensos desejos sexuais.

Escolhi esse filme para assistir crente que me depararia com uma obra crítica à Igreja Católica e seus dogmas. Não chegava a esperar uma contestação irônica e ácida como em "Maus Hábitos" de Almodóvar, mas um questionamento mais profundo e sério sobre a religião católica e a repressão sexual por ela imposta (talvez algo como "Em Nome de Deus", de Peter Mullan). Ah, tolinha. O filme é um grande apanhado de cenas de hierofilia, o fetiche por símbolos religiosos, dentre os quais freiras e padres (sim, eu fui pesquisar o nome dessa parafilia). Diria que a obra é quase um "soft porn", com cenas de sexo e masturbação e muitas, muitas passagens de freiras nuas - mas sempre usando seus véus. Cara... é muito fetiche para a minha cabeça, sério... O conteúdo é só isso: freiras + sexo, praticamente não tem trama. Formalmente, o filme segue quase a mesma lógica dos filmes pornôs de má qualidade - muita câmera na mão, pouca preocupação com a estética, iluminação "porca", imagem granulada, má qualidade de som e interpretações pífias. Bizarro perceber as freirinhas todas lindas e maquiadas (!!!). Crítica mesmo, nenhuma. Achei um filme completamente dispensável, cujos únicos objetivos foram chocar os mais puritanos e dar vazão às fantasias sexuais do povo que curte a tal hierofilia (que cheguei à conclusão que não é o meu caso, ao menos). Fraco, sem graça e amorfo. Só recomendado para os fetichistas específicos.
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