Filme do dia (116/2017) - "Ave, César", de Joel & Ethan Coen, 2016 - Eddie Mannix (Josh Brolin) é o responsável por evitar e resolver as encrencas em que se enfiam os atores e atrizes de um grande estúdio hollywoodiano na década de 50. De uma gravidez indesejada da estrela imaculada ao sequestro de um astro envolvido em uma superprodução, Eddie tem de conviver com os mais diferentes personagens dentro do universo cinematográfico.
Filme gostosinho, onde a época de ouro de Hollywood é parodiada, criticada e, ao mesmo tempo, homenageada, traz para o espectador um panorama do cinema daquele período e dos tipos envolvidos naquelas produções. Assim, temos uma narração estilo filme noir e rápidas incursões pelos gêneros western, musical, épico, drama e até mesmo por aqueles filmes de números aquáticos bem ao estilo de Esther Williams, tudo envolvido com uma fina camada de ironia e um humor suavemente ácido. Até a neurose anticomunista está retratada no filme (de onde advém, inclusive, o melhor da ironia da obra). A reboque, temos os personagens que orbitavam por este universo - o diretor respeitado e exigente (Ralph Fiennes), o galã canastrão (George Clooney), a estrela "casta" (Scarlett Johansson), o dançarino (Channing Tatum), as repórteres de fofocas (Tilda Swinton), o cowboy (Alden Enrenreich), dentre outros. A narrativa, apesar de entrar por várias ramificações, não se perde e consegue manter a coesão e o ritmo, chegando ao fim com gosto de quero mais. O elenco de estelares colabora com um resultado final bem bacana, com alguns destaques: a maravilhosa Tilda Swinton como as repórteres gêmeas e rivais; George Clooney como o galã de superprodução mulherengo, bêbado e, acima de tudo, canastrão; a pontinha deliciosa de Frances McDormand, total rouba cena; e o número musical encantador de Channing Tatum. Ah.... não acho que seja uma super obra de arte, mas é um filme com muitas qualidades, divertido, bem feito e com uma pegada deliciosa. Curti de verdade e recomendo.
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