Filme do dia (218/2016) - "Belíssima", de Luchino Visconti, 1951 - Madalena (Anna Magnani) é uma mulher humilde, amante do cinema. Um dia, é feito um anúncio de que uma menina seria escolhida para um filme no Cinecittà através de um concurso. Madalena, então, aposta tudo que tem na sua filha Maria (Tina Apicella), de sete anos, acreditando que ela será a escolhida.
Crítica feroz à indústria de entretenimento e, mais especificamente, ao cinema, os quais criam ilusões no espectador que podem levá-lo ao buraco, a obra é, de certa forma, um "mea culpa" do diretor por induzir o público ao erro. A personagem Madalena sacrifica-se e é evidentemente enganada por um assessor qualquer do diretor, tudo por buscar, cegamente, um sonho criado pelo indústria cinematográfica. Apesar do tema válido, o filme é, sem dúvida, uma obra menor do diretor. Filme seguinte ao extraordinário "A Terra Treme", "Belíssima" nem de longe alcança a força da obra que o antecedeu. Enquanto que "A Terra Treme" é um legítimo representante do neo-realismo italiano, "Belíssima" fica no meio do caminho, pois nem segue os preceitos do movimento, nem os rejeita por completo, sobrando uma coisa meio esquisita, meio em cima do muro. O forte do filme, definitivamente, é a presença de Anna Magnani que, se não está em seu melhor papel, sempre é uma figura forte e marcante. Eu, particularmente, achei o filme um pouco arrastado e acredito que merecia um desfecho diferente (nem sei qual desfecho, mas o que teve eu achei meio "fuén"). É mesmo filme para quem quer fechar a obra completa do diretor, mas, comparado com o resto da filmografia do Visconti, é até meio frustrante. Veja por sua conta e risco.
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