Filme do dia (13/18) - "Bingo - O Rei das Manhãs", de Daniel Rezende, 2017 - Na década de 80, Augusto Mendes (Vladimir Brichta) é um ator de filmes adultos que encontra sua grande chance ao ser escolhido - graças ao seu jeito irreverente - para viver o palhaço Bingo na televisão, alcançando, no papel, o pico de audiência do horário.
A obra, baseada na história real de Arlindo Barreto, ator que deu vida ao palhaço Bozo no Brasil e que foi responsável por índices consideráveis de audiência na época, foca nos bastidores do programa televisivo homônimo e na figura do ator que, apesar de sucesso de audiência, jamais foi reconhecido pelo público, uma vez que seu contrato o impedia de revelar sua identidade. O filme, muito, muitíssimo além do que eu esperava é beeeeeeem bacana e retrata um período muito bizarro da história do Brasil - olhando para trás, é quase inacreditável o que rolava com a maior naturalidade na televisão, coisa do tipo "Gretchen rebolando em programa infantil"!!!! E a obra é muito feliz na forma como mostra essa realidade caótica, desregrada, irreverente que acontecia no programa (e fora dele). Como vivi essa época, fiquei fascinada pela reconstrução daquele período, com toda aquela estética mega kitsch, breguésima, da qual - assumo - eu também participei. Acompanhando o visual oitentista, muitas músicas que fizeram sucesso naquela época - a trilha sonora é imperdível para qualquer um que viveu os anos 80 (Cara!!!! "Humanos" do Tókio!!!! Escutar isso me jogou diretamente na minha adolescência!!!! Metrô, Ritchie!!!! Voltei a ter 13, 14 anos!!!!). Quanto às interpretações, Vladimir Brichta está fantástico tanto como o palhaço irreverente, quanto como o ator torturado pelo não reconhecimento e pelo anonimato obrigado. Leandra Leal, por sua vez, não nega o talento eterno e faz uma Lúcia recatada, severa, perfeita. Agora... é tão evidente que o filme não seria escolhido para concorrer ao Oscar... nenhum estrangeiro acreditaria que a história é real, devem ter achado tudo bizarro demais para levarem a sério.... Olha.... eu nem queria ver o filme porque não gosto de qualquer palhaço que seja, mas foi uma ótima experiência cinematográfica. Podem ver sem receio.
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