Filme do dia (81/2020) - "Blácula, O Vampiro Negro", de Willian Crain, 1972 - Século XVIII, Transilvânia. O príncipe africano Manuwalde (William Marshall) e sua esposa Luva (Vonetta McGee) são convidados para o castelo do Conde Drácula (Charles Macaulay), onde este transforma Manuwalde em um vampiro e o tranca em uma tumba. Dois séculos depois, a tumba de Manuwalde é aberta em pleno EUA, tendo terríveis consequências.
A obra alia o gênero terror com o movimento cinematográfico conhecido como Blaxploitation, onde filmes com baixo orçamento eram produzidos visando, especificamente, o público negro norte-americano. A obra tem uma pegada "B" e transfere a história de Drácula para os dias atuais em um bairro negro dos EUA. Como eu curto filmes "B", eu achei o filme simpaticíssimo - adorei aquela estética setentista (os figurinos, penteados e maquiagem, tudo bem kitsch, são bárbaros!!!!), bem como a trilha sonora com muita black music!!! Mesmo sendo filme de terror, há espaço para algumas críticas sociais, com foco no racismo (a crítica maior concentra-se no trecho que se passa no século XVIII, com menção explícita à escravidão dos negros, mas, ao longo do filme há, aqui e ali, alguns "cutucões" no tema, como na cena em que dois policiais brancos conversam e um deles diz que todos os negros são parecidos). Espere por efeitos especiais risíveis, como o morcego-Blácula (!!!). No que se refere às interpretações, o destaque fica por conta de William Marshall como Manuwalde/Blácula, que possui os mesmos modos refinados de seu correspondente da Transilvânia, Thalmus Rasulala como Dr. Thomas e Voneta McGee como Luva/Tina. Ah, achei o filme super divertido - não é engraçado, não é um "terrir", tampouco dá medo, mas tem um charme setentista que eu nem consigo explicar, só vendo mesmo. Boa pedida no terreno do Blaxploitation.
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