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  • hikafigueiredo

"Blind", de Eskil Vogt, 2014

Filme do dia (48/2017) - "Blind", de Eskil Vogt, 2014 - Ingrid (Ellen Dorrit Petersen) perdeu totalmente a visão há pouco tempo. Estranhando sua nova condição, Ingrid prefere manter-se recolhida em sua casa, onde sente-se segura e protegida, porém solitária. Secretamente, Ingrid escreve histórias que lhe ocorrem e são nestas histórias que Ingrid externiza seus medos, dúvidas e rancores.





Este filme norueguês consegue, com habilidade, mesclar a vida real da personagem com as histórias por ela imaginadas. Não há uma delimitação estanque entre o que Ingrid vive e o que seus personagens passam, havendo, inclusive, a mistura de pessoas reais com esses personagens nas suas histórias. É bem interessante como se dá a construção das histórias de Ingrid - como em um processo criativo real, as narrativas são fluídas - em um momento sua personagem tem um filho, no momento seguinte, a figura masculina é substituída pela feminina e a moça, subitamente, passa a ter, não uma filho, mas uma filha. O roteiro é muito bem feito e alinhava bem o universo real com o imaginário de Ingrid (vira quase uma esquizofrenia... rs). A exótica Ellen Dorrit Petersen consegue passar as dores e emoções da personagem com movimentos sutis, pouquíssimos diálogos e muito, muito silêncio. Okay, a certa altura lembrei da comédia "O Magnífico", onde um escritor "se vinga" de seus desafetos através de seu personagem, já que Ingrid, por vezes, faz o mesmo com suas criações, mas, se lá tinha um efeito cômico, aqui ganha ares dramáticos. Eu curti.

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