Filme do dia (267/2017) - "Brazil, o Filme", de Terry Gilliam, 1985 - Em um futuro distópico, o mundo é controlado pela informação, que circula constantemente pelos burocratizados órgãos do governo. Nesse ambiente sufocante, Sam Lowry (Jonathan Pryce) sonha, com frequência, com uma misteriosa e bela mulher. Certo dia, Sam encontra a jovem Jill Layton e vê se materializar, na sua frente, a mulher de seus sonhos. O envolvimento de Sam com Jill, no entanto, acarretará inúmeros problemas ao homem e colocará sua vida em perigo.
O perturbador filme de Terry Gilliam é uma crítica feroz aos regimes totalitários, aos governos baseados na força, à manipulação da informação, à burocracia, à inoperância estatal e à alienação do povo. É uma obra com um evidente fundo político, mas camuflada por uma roupagem bastante... exótica. O filme tem uma atmosfera de pesadelo, claustrofóbica, poluída, caótica, chega a dar agonia. Esteticamente, há uma fusão de elementos futurísticos com um design inspirado na década de 50. Misturando tudo, temos uma obra complexa, crítica e fantástica. Não é um filme de fácil digestão, interpretação e mesmo observação, possivelmente irá desagradar muita gente, mas é muito, muito, bom. Para quem quiser dar um mergulho num mundo distópico, essa é uma ótima opção. Além da presença de Jonathan Pryce como o angustiado e sonhador Sam, o filme conta, ainda, com a presença de Robert De Niro e Bob Hoskins, ambos em papeis secundários beeeeem esquisitos. A obra me remeteu, ainda, ao filme "Delicatessen" de Jean-Pierre Jeunet, realizado seis anos depois de "Brazil, o Filme", com quem guarda certa similaridade quanto ao futuro sombrio e ao mundo decrépito. Eu curti.
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