Filme do dia (50/2017) - "Café Society", de Woody Allen, 2016 - Bobby (Jesse Eisenberg) é um jovem judeu nova-iorquino que se muda para Hollywood em busca de algum sucesso. Na cidade, ele é "adotado" por seu tio Phil (Steve Carell), um poderoso produtor de cinema, o qual destaca sua secretária Vonnie (Kristen Stewart) para ciceroneá-lo pela cidade. Bobby rapidamente se apaixona por Vonnie, o que causará repercussões em seu relacionamento.
Eu, via de regra, adoro as obras de Woody Allen - gosto dos personagens, dos diálogos, de como conduz a narrativa de forma, muitas vezes, surpreendente. Aqui, fiquei empolgada com um tom um pouco farsesco da história, uma coisa meio "comédia de erros", ainda que haja muito mais drama que comédia na história. A condução dos acontecimentos foi me envolvendo, eu fui me perguntando como seria o desfecho e... PUM.... de repente a história chegou ao fim. Podem me chamar de simplista por querer um final com cara de final, mas juro que o desfecho desse filme foi a coisa mais anti-clímax e frustrante que eu vi nos últimos tempos. O filme é bom, a história caminhava de um jeito envolvente, o que só aumentou meu desgosto com o término meia-boca - antes o filme fosse um lixo, não teria me importado com esse final decepcionante. Curti o tema que retrata o mundo do status, poder, fama e dinheiro e de como isso pode alterar as pessoas e sua relação com o outro; gostei como o filme mostra a contraposição entre a alta sociedade hollywoodiana e a nova-iorquina; achei legal a questão de mostrar que toda vida glamourosa esconde algum esqueleto no armário e tem seu lado podre; curti a crítica direcionada às relações de interesse e aparência; amei a direção de arte, o figurino e a bela fotografia de Vittorio Storaro (há quanto tempo não ouvia falar dele); achei a trilha sonora - como em qualquer filme do diretor - extraordinária. Amei tudo. Menos o %$#@&%$@@ do desfecho. Cara... eu ODIEI o desfecho. E, de ponto negativo, destaco ainda as interpretações de Jesse Eisenberg e Kristen Stewart. De um lado Jesse, que interpreta o mesmo personagem há, sei lá, uns 10 anos???? Ele é sempre o camarada meio desengonçado, meio ingênuo, mas encantador (encantador numas, né, para mim ele tem cara de pamonha) e que no fim se dá bem. De outro lado, Kristen, que apesar de ter despertado minha simpatia depois de sua interpretação em "Acima das Nuvens", ainda me incomoda com trejeitos repetidos em todos os personagens (dentre os quais tocar a testa e os lábios, sempre da mesma forma. Inadmissível para uma boa atriz). Quanto a Steve Carell, interpretou o personagem Phil a contento, mas nada brilhante. Ah, nem sei mais o que dizer do filme. Frustrada demais com os cinco minutos finais.
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