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"Casa Vazia", de Kim-Ki-Duk, 2004

hikafigueiredo

Filme do dia (113/2016) - "Casa Vazia", de Kim-Ki-Duk, 2004 - Um jovem passa seus dias invadindo casas cujos moradores estão ausentes. Ele usufrui da "hospitalidade" dos proprietários e, em contrapartida, limpa a casa, conserta objetos quebrados, lava as roupas sujas. Um dia, o rapaz invade uma casa onde se encontra a jovem proprietária, agredida fisicamente por seu marido. Os dois criarão uma conexão que transformará a vida de ambos.





Kim-Ki-Duk é mestre em fazer filmes poéticos, sensíveis e extremamente silenciosos. "Casa Vazia" não é diferente. Com um ritmo lento, pausado, o filme cria um clima de contemplação e interiorização raro no cinema. A história caminha numa direção e, à partir de um ponto, muda o foco, entrando no terreno do fantástico. Admito que o significado dessa segunda parte ficou um pouco nebuloso para mim, mas em nada modificou a incrível viagem sensorial que o filme proporcionou e que me deixou extasiada (adoro filmes que têm essa característica - a de se fazer sentir, mais até do que se fazer compreender, aproximando-se de outros tipos de arte, como a música e as artes plásticas). Certamente não é um filme para quem gosta de histórias convencionais e bem explicadinhas. Plasticamente, é um filme bonito - há, em certos momentos, uma movimentação dos personagens que parece coreografada. Os ambientes, sempre muito "clean", transmitem uma sensação que vai da paz ao vazio existencial. Os protagonistas comunicam-se por gestos e olhares e não emitem nenhuma palavra, à exceção de uma única frase, dita pela jovem mulher. Eu gostei muito, mas só recomendo para quem gosta de filmes sensoriais, interpretativos e bastante lentos.

 
 
 

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