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  • hikafigueiredo

"Dança Macabra", de Antonio Margheriti e Sergio Corbucci, 1964

Filme do dia (310/2021) - "Dança Macabra", de Antonio Margheriti e Sergio Corbucci, 1964 - Inglaterra, século XIX. O repórter Alan Foster (Georges Rivière) encontra Edgar Allan Poe (Silvano Tranquilli), em viagem a Londres, para entrevistá-lo. Quando o autor afirma que todos os seus contos têm um fundo de realidade, é confrontado pelo descrente jornalista. Ao afirmar que não acredita em nada sobrenatural, Foster é desafiado para uma aposta: deverá passar a noite do dia dos mortos no mal-assombrado castelo de Lorde Blackwood.





Tendo como inspiração a obra de Edgar Allan Poe e fazendo uma linda homenagem ao autor, o filme discorre sobre a existência - ou não - de algo além da vida como a conhecemos. O personagem Alan Foster é um cético e, como tal, descrê em qualquer coisa sobrenatural, que ultrapasse nosso tempo no mundo. Muito seguro de si e tratando o caso com evidente ironia, Foster aceita passar uma noite, solitário, em um suposto castelo mal-assombrado. Os lúgubres acontecimentos que ocorrerão naquela noite no castelo farão com que o jornalista passe a duvidar de suas (des)crenças, chegando, mesmo, a temer por sua sanidade e vida. A narrativa é não linear, mesclando o presente com diversas ocorrências do passado. O ritmo é bem marcado e, a todo momento, o personagem Foster verá um desfile de reminiscências passar diante de seus olhos. O "climão" de horror tem início logo nos primeiros minutos de história e permanece até o último segundo da narrativa, construído não apenas pelos acontecimentos, mas, também, pela própria linguagem cinematográfica, através de uma fotografia P&B muito contrastada, que explora a ambientação macabra do castelo e uma trilha sonora sinistra que pontua os momentos de maior e menor tensão. O roteiro é bem engendrado e tem, como mérito, a dúvida que se coloca - sairá Foster vivo e são daquele local? O elenco é formado por Georges Rivière como Alan Foster - o ator está bem no papel e chega a ser divertido ver a lenta desconstrução do corajoso e cético personagem para alguém completamente incutido de pânico, desesperado para deixar o local; claro que não poderia faltar a musa do gótico italiano, Barbara Steele, aqui no papel de Elisabeth, uma personagem romântica e apaixonada por Foster; Margarete Robsahm interpreta Julia - eu achei a personagem muito estanque e sem espessura; Arturo Dominici interpreta o Dr. Carmus, o especialista em sobrenatural, que tenta explicar a Foster suas descobertas. O filme, embora não seja formidável, cumpre bem o seu papel de causar tensão e envolver o espectador. Valeu a visita e recomendo para quem gosta do gênero.

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