Filme do dia (22/2021) - "De Braços Abertos", de Philippe de Chauveron, 2017 - Jean-Etienne Fougerole (Christian Clavier) é um professor universitário de viés socialista, casado com Daphne (Elsa Zylberstein), uma rica herdeira, que acaba de lançar um livro onde defende que a França acolha o povo cigano rom. Em um debate televisivo, Jean-Etienne é desafiado por Barzach (Marc Anaud), seu oponente, a acolher uma família cigana em sua casa, o que é aceito por Jean-Etienne. Quando ele chega em casa, a surpresa: o cigano Babik (Ary Abittan) aceita seu convite e aparece com família, mala e cuia para ser recebido como convidado por Jean-Etienne e sua família.
A obra é uma divertida comédia sobre a hipocrisia da sociedade e tem o mérito de colocar o dedo em várias feridas, tudo com muita ironia. Se de um lado, a obra faz uma crítica às pessoas cujo discurso está dissociado da prática - Jean-Etienne e sua esposa, muito embora tenham um discurso alinhado com os ideais socialistas, levam uma vida abertamente burguesa e consumista -, de outro também "cutucam" aqueles que defendem causas identitárias que lhes beneficiem, mas fecha os olhos para os direitos de outras minorias - Barzach, assumidamente homossexual, é conservador nos demais aspectos de sua vida, sendo xenófobo, preconceituoso e alinhado com o ideário neo-liberal. Sobrando crítica para os personagens franceses - não esquecendo do personagem Erwan, um habitante local que, despejado de sua casa, é acolhido por Babik, e se mostra um tremendo picareta - o filme olha com simpatia para a família cigana, retratada como autêntica, generosa, sincera e leal. Não que os ciganos apareçam perfeitos no filme - eles não trabalham, vivem de esmolar e de pequenos furtos, mas não são hipócritas como os habitantes locais. Claro que existe uma controvérsia na personificação dos ciganos e do empregado indiano Ravi, que pode ser entendida como racista, mas devo dizer que, principalmente Babik é realmente bem parecido com os personagens dos filmes romenos que já vi (rs). Mas, independente das críticas e ironias, o filme é uma comédia gostosa, bem ao estilo de Christian Clavier, ator cômico impagável e que eu simplesmente adoro! Além de Christian Clavier, o elenco traz Elsa Zylberstein como a dondoca Daphne, Ary Abittan como Babik e Cyrill Lecomte como Erwan. Eu me diverti vendo essa comédia e recomendo.
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