Filme do dia (21/2016) - "Distúrbios do Prazer", de Johan Renck, 2008 - Nancy (Maria Bello) é uma dona de casa transtornada e infeliz. Vítima de severos abusos na infância e vivenciando um casamento insatisfatório, procura, na internet, um homem que satisfaça seu maior desejo: morrer.
O nome e a sinopse do filme "vendem" uma imagem completamente irreal da obra - a de que se trata de uma história com forte apelo erótico. Okay, existe até um componente sexual no transtorno da personagem, mas, nem de longe, isso é o que se destaca na história, cujo principal elemento é o profundo sofrimento de Nancy. Apesar do filme retratar temas pesados - pedofilia, depressão, automutilação como maneira de aliviar o sofrimento interior, dentre outros - a condução da história não me envolveu ao ponto de "sentir" toda essa carga emocional. Sei lá, o roteiro é bem desenvolvido em tempo não linear, mas faltou "alma" ao filme.... obras como "Ninfomaníaca", "Ondas do Destino", "Shame", fazem o que "Distúrbios do Prazer" não consegue - envolvem o público no drama interior dos personagens de forma que o espectador "sofre" junto com os protagonistas. Mais do que um problema de interpretação - até porque Maria Bello nem está mal como Nancy - vejo um problema na direção, que não alcança o espírito transtornado da personagem. Tudo bem, as atuações de Jason Patric e Rufus Sewell (o "amante" e marido de Nancy, respectivamente) não ajudam em nada a compor o clima, mas acho que a questão vai além da interpretação. Em outras palavras, o filme está muitíssimo aquém do que poderia. Um dos poucos filmes que me gerou total indiferença. Quem quiser assistir, faça isso por sua própria conta e risco.
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