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"Donzoko - Ralé", de Akira Kurosawa, 1957

  • hikafigueiredo
  • 22 de set. de 2019
  • 2 min de leitura

Filme do dia (72/2018) - "Donzoko - Ralé", de Akira Kurosawa, 1957 - Japão, período Edo (século XVII a meados do século XIX). Em um cortiço, habitam toda sorte de miseráveis - bêbados, ladrões, prostitutas, doentes e moribundos. A convivência entre os moradores do cortiço traz à mostra a miséria humana e o apego das pessoas à esperança.





Baseada em uma peça teatral de Máximo Gorki, a obra retrata o ser humano quando chega ao fundo do poço e como, por piores condições que ele esteja, sempre resta espaço para o sonho e a esperança. O clima geral da história é de desânimo, angústia e conflito e o ritmo é lento porém constante. Por ter origem em uma peça teatral, o filme concentra-se, quase na sua totalidade, em um único ambiente - o cômodo comunitário do cortiço. Todos os personagens são, de alguma forma, decadentes, seja pela doença, pela idade avançada, pela pobreza ou pela ruína moral, e todos almejam - trabalhando ou não para isso - uma nova condição de vida. Não é uma história leve, tampouco feliz - quando acaba, sobra um certo amargor. Também não é uma das maiores obras do mestre Kurosawa (mas, pudera, nesse mesmo ano de 1957, ele filmou nada mais que "Trono Manchado de Sangue" que é sensacional, seria demais querer duas obras primas em um só ano!!! rs). Destaque para a bela fotografia P&B e para a direção de arte que evidencia no cenário a decrepitude do lugar (quase dá para sentir o cheiro de azedo daquele espaço!). No elenco, os fantásticos Toshiro Mifune como o ladrão Sutekichi e Isuzu Yamada como Osugi (os dois trabalharam juntos também em "Trono Manchado de Sangue" e, por mais que Toshiro Mifune seja maravilhoso, foi Isuzu Yamada que me ganhou o coração nos dois filmes - não tenho palavras para expressar quão fenomenal essa mulher era!!!! <3 ), além dos incríveis Kyoko Kagawa como Okayo, Kamatari Fujiwara como "o ator" e Bokuzen Idari como "o velho". Mesmo não sendo o ápice da filmografia do diretor, o filme ainda está muito, MUITO, acima da média dos filmes. Eu gostei.

 
 
 

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