Filme do dia (200/2018) - "Elena", de Petra Costa, 2012 - Elena, uma jovem e sensível atriz, tomada pela depressão, comete suicídio. Vinte anos depois, sua irmã, Petra, recupera sua memória e faz um documentário sobre Elena.
Existem filmes e existem FILMES. Existem obras que vão além da experiência cinematográfica, suplantam a arte, ultrapassam a vida e falam com o nosso corpo e a nossa alma. "Elena" é maior que praticamente tudo o que eu já assisti nessa vida. Não, não é exagero, não!!! A capacidade da diretora em revelar as mais recônditas memórias, externar seu amor pela irmã e expor, sem qualquer pudor, sem qualquer véu, sem qualquer maquiagem, uma dor que não é só sua, é uma dor familiar e, diria mais, é uma dor universal, pois é a dor da memória, da morte e da perda, é inacreditável. Fiquei um tempo olhando a tela do computador para escrever... faltaram-me palavras para descrever o que senti assistindo ao filme. Mas, tentando me aproximar dos meus sentimentos, diria que foi uma mistura de afeto e tristeza, uma tristeza profunda, quase tão grande quanto o afeto que se despertou em mim. Indo além, foi um reconhecimento de todas aquelas emoções - nunca entendi tanto um filme, NUNCA senti o que esse filme falou para mim (vai daí, também, algumas experiências pessoais incabíveis de colocar num texto tão curto e tão "público"). Certo é que o filme terminou e as lágrimas explodiram num soluço único - fiquei lá, chorando, chorando, olhando os letreiros dos créditos e tentando organizar alguma coisa para escrever, obviamente sem muito sucesso. Incapaz de colocar em palavras, só me resta afirmar que esse é um documentário obrigatório e agradecer à diretora Petra Costa (nunca quis tanto abraçar uma pessoa que eu não conheço, juro). PS - sem análises técnicas, nem mesmo mínimas - não estou em condições.
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