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“Espírito Maligno”, de Ovídio G. Assonitis e Robert Barrett , 1974

hikafigueiredo

Filme do dia (103/2023) – “Espírito Maligno”, de Ovídio G. Assonitis e Robert Barrett , 1974– a dona de casa Jessica (Juliet Mills) descobre uma súbita gravidez e começa a ter estranhas sensações, sem saber que seu bebê é uma criatura demoníaca.





Seguindo exatamente o estilo de terror que eu mais gosto – aquele fundado em coisas sobrenaturais -, o filme traz alguns bons momentos, muito embora seja indiscutivelmente inspirado – para não dizer francamente copiado – do filme “O Exorcista”, lançado um ano antes. A história foca em uma dona de casa, esposa e mãe de um casal de filhos, que descobre uma gravidez não planejada. Logo, a jovem passa a ter sérios desconfortos físicos e psicológicos que rapidamente evoluem para sua total degradação. O argumento é bom? Sim, ele é bem instigante. O desenvolvimento está à altura do argumento? Bom, aí já há controvérsias, principalmente porque os diretores plagiaram descaradamente sequências inteiras de “O Exorcista” (até mesmo o icônico vômito verde da menina possuída Reagan é reprisado aqui). Mas este não é o único problema do filme. Eu me senti bastante incomodada pela forma como os filhos do casal central foram retratados – uma menina que não devia ter mais do que dez anos com um vocabulário adulto e vulgar, seguida de perto pelo irmãozinho que não devia ter mais do que seis anos (aliás, a dublagem das crianças é simplesmente horrenda!). A presença do personagem Dimitri – em tese, o responsável pela gravidez demoníaca de Jessica – também me pareceu tão desencaixada do resto da narrativa, quase como uma história paralela, mesmo quando os personagens contracenavam juntos. Os monólogos satânicos chegam a ser meio ridículos e seus joguinhos com o personagem Dimitri, primários. O desfecho, por sua vez, poderia não ter incluído o plano final – dispensável. Para não dizer que nada se salva no filme, temos uma atmosfera bem bacana e cenas perturbadoras e desconfortáveis – talvez justamente por terem sido plagiadas de um dos filmes de terror mais impactantes da história do cinema. A interpretação de Juliet Mills também não pode ser desmerecida – com auxílio de uma maquiagem poderosa, a atriz consegue passar uma ideia bem sinistra de degradação física, mental e moral (ainda que encontremos muita, mas MUITA, inspiração na interpretação de Linda Blair). Achei interessante a trilha musical baseada em black music, com destaque para a música “Bargain With The Devil”. Não é o pior filme de terror sobrenatural que eu vi, mas ficou feio o plágio, mesmo sendo o melhor da obra... rs

 
 
 

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