Filme do dia (72/2015) - "Fitzcarraldo", de Werner Herzog, 1982 - Fitzcarraldo (Klaus Kinski) é um europeu visionário e obstinado que, após fracassar na construção de uma ferrovia em meio à selva amazônica, fica obcecado em construir um teatro para apresentações de ópera em uma pequena cidade no meio da floresta. Para financiar a obra, ele decide extrair látex em uma região inexplorada da Amazônia.
Esta obra grandiosa de Herzog retrata a obstinação do homem por seus sonhos e o quanto ele é capaz de enfrentar a natureza hostil para realizá-los. A persistência de Fitzcarraldo o deixa a um passo da insanidade, mas, também, é responsável por feitos inacreditáveis. A escolha do ator não poderia ser mais acertada - quem mais teria o olhar insano de Fitzcarraldo que não Klaus Kinski ? A interpretação de Kinski é visceral, ele assume o personagem com uma voracidade impressionante. A obra é responsável por algumas das mais poéticas cenas que lembro de ter visto no cinema - o navio a vapor deslizando pelas águas plácidas do Amazonas ao som de Caruso só perde para a cena dele sendo içado, lentamente, montanha acima. O filme, por sinal, tem momentos de verdadeira contemplação diante da grandiosidade da natureza local. Belíssimo! Destaque para a magnífica fotografia. Único aviso: o filme é bem lento, mas cresce em tensão exatamente como as óperas de sua trilha sonora. Vale muito a pena. E me deu muito mais vontade de assistir a "Aguirre, A Cólera dos Deuses", outra dobradinha de Herzog e Kinski.
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