Filme do dia (81/2021) - "Gandahar - Os Anos de Luz", de René Laloux, 1987 - Gandahar, a terra do prazer de viver e amar, está sob ataque de uma ameaça desconhecida, que transforma seus habitantes em pedra. A governante Ambisextra e o seu Conselho de Mulheres destaca seu agente Sylvain para descobrir o que está acontecendo e ele parte para terras distantes para cumprir sua missão.
Baseada em um romance de ficção científica de Jean-Pierre Andrevon, esta estranha animação traz uma nada discreta crítica à falta de ética e à irresponsabilidade de parte da comunidade cientifica quanto às pesquisas genéticas e ao mau uso da ciência. A narrativa irá acompanhar a jornada do personagem Sylvain que encontrará, primeiramente, o povo chamado de "Os Deformados", formado pelos resultados de pesquisas genéticas malsucedidas, que, apesar de ter sido banido da superfície por sua aparência grotesca pelo povo esteticamente belo e perfeito de Gandahar, generosamente se oferece para ajudar Sylvain em sua missão. Continuando sua jornada, Sylvain irá se deparar com a criatura Metamorphis, ela também o resultado de um experimento genético, que acabou sendo abandonada no oceano e que, agora, ressentida, avança com um exército de homens-robôs sobre Gandahar. A animação é voltada para adultos, primeiro por sua temática, mas também por trazer criaturas medonhas que assustariam as crianças e por fazer menção a relações sexuais entre personagens (se bem que de forma discreta). A atmosfera geral da animação é de urgência e desespero frente à contínua destruição de Gandahar. O ritmo é ágil e crescente. Destaque para o povo "Deformados", uma verdadeira visão de um pesadelo. A história, em si, é bem esquisita, mas não deixa de ser interessante. A obra é do mesmo diretor da incrível animação "O Planeta Fantástico" (1973), outra ficção científica, esta criticando o especismo.
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