Filme do dia (140/2020) - "It - Capítulo Dois", de Andy Muschietti, 2019 - Passados 27 anos, os integrantes do "Clube dos Perdedores", crianças da cidade de Derry que venceram o palhaço Pennywise, cresceram, espalharam-se pelos EUA e nem se recordam do que aconteceu naquela época. Exceto Mike (Isaiah Mustafa), que permaneceu na pequena cidade de Derry. Quando Mike vê o retorno dos balões vermelhos de Pennywise à sua cidade, sabe que chegou a hora de reagrupar seus antigos amigos.

Continuação de "It - A Coisa" (2017), o filme retoma exatamente os mesmos temas da obra anterior - amizade, companheirismo, bullying, amadurecimento - e acrescenta mais alguns - comprometimento, responsabilidade, memórias, medos infantis, reprodução de relacionamentos passados e reiteração de comportamentos, doentios ou não. Se no primeiro filme minha expectativa foi frustrada por assistir a um filme de quase drama ao invés de um terror, aqui, já vacinada, não houve esse mesmo sentimento. Ao contrário, senti certo conforto em rever aqueles personagens, retomar o contato com aquele grupo de amigos que estabeleceu um laço tão potente de amizade em tão tenra idade. É isso: meu sentimento foi de saudosismo misturado com conforto - num filme de terror, isso é quase impensável rs. A obra alterna dois momentos, mesclando a época da adolescência, universo do primeiro filme, com o tempo atual, com os personagens já adultos maduros. Eu gostei dessa alternância, principalmente por ter curtido demais o elenco da meninada do primeiro filme - e revê-lo foi muito saboroso. Além disso, foi mais fácil estabelecer empatia pelos personagens já adultos a partir de seu eco juvenil. Como no primeiro filme, temos toda essa carga dramática misturada com o conteúdo de terror. Aqui consegui perceber melhor a atmosfera de tensão, ainda que não possa dizer que se trate de um filme de terror psicológico como faz mais meu gosto. Infelizmente, a obra ainda se apoia nas cenas "jumpscare" - pelo excesso de uso nos filmes de terror atuais, eu já não caio em nenhuma dessas cenas, pois percebo exatamente o momento em que elas serão incluídas na narrativa, frustrando qualquer efeito de susto que poderiam ter. Os efeitos especiais me pareceram mais constantes e me agradaram bastante. O uso de música para causar tensão seguiu o padrão do gênero - aumentando o volume sempre que algo está para acontecer. O elenco saiu-se bastante bem, conseguindo trazer para a idade adulta as características e trejeitos que os personagens tinham na infância. O elenco juvenil continua ótimo - estou apaixonadíssima por Sophia Lillis, principalmente depois que assisti a "Maria e João - O Conto das Bruxas" (2020) e continuo amando Jack Dylan Grazer, que interpreta Eddie criança. Já no elenco adulto, temos o "sempre-maravilhoso-amor-da-minha-vida" James McAvoy, que aqui nem chegou a brilhar tanto assim, mas que é sempre ótimo; Jessica Chastain, que dispensa comentários por ser fabulosa em qualquer personagem; Bill Hader, muito bem como Richie; Jay Ryan, gatésimo e fofo como Ben adulto; James Ransone, espetacular como Eddie adulto (a interpretação dele mimetizou o personagem quando criança, perfeito!!!!), Isaiah Mustafa como Mike adulto; e novamente Bill Skarsgard como Pennywise (nada a acrescentar. Ainda prefiro o pai dele, Stellan, lindo de morrer até quando coroa - e um ator extraordinário). Stephen King aparece numa pontinha para prestigiar o filme. Olha... a minha recepção ao filme foi melhor do que ao primeiro, muito por que eu sabia o que esperar. No fim das contas, eu gostei, fui envolvida pelos personagens e pela narrativa, e acho que o clima dos livros de Stephen King foi bem transposto para o filme. Eu recomendo, mas tem que ver o primeiro antes.
PS - Poster com a lindinha Sophia Lillis e a maravilhosa Jessica Chastain!!!
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