- hikafigueiredo
"Jules e Jim", François Truffaut, 1962
Filme do dia (117/2016) - "Jules e Jim", François Truffaut, 1962 - Paris, início do século XX. Jim (Henri Serre) é um francês extrovertido e mulherengo; Jules (Oskar Werner), um alemão tímido e desengonçado com o sexo oposto. Os dois jovens tornam-se grandes amigos, compartilhando aspirações e experiências. O encontro com Catherine (Jeanne Moreau), uma jovem impulsiva e inconstante, transformará a vida dos dois amigos.

Um dos marcos da Nouvelle Vague, o filme discorre sobre amor, amizade e, acima de tudo, liberdade - liberdade para seguir seus impulsos, seus desejos, negando toda e qualquer hipocrisia, atropelando ditames sociais e culturais. Catherine, Jules e Jim formam quase um mundo à parte, onde o amor permeia as relações em todas as direções, puro reflexo das mudanças sociais e da revolução sexual que ocorria nos anos 60, quando o filme foi realizado. A obra é, simplesmente, deliciosa - a relação do trio - inconstante por um lado, duradoura por outro - instiga e embriaga o espectador. A caracterização dos personagens - Catherine, apaixonada, volúvel, instável; Jules, introvertido, resignado, dedicado; e Jim, decidido, sedutor, altivo - é extremamente bem feita e responsável pelo "encaixe perfeito" entre os três, que se complementam e completam. Roteiro amarradíssimo, bela fotografia P&B, montagem competente. As interpretações, magníficas (gosto muito de Oskaer Werner, que também trabalhou no fenomenal "Fahrenheit 451", do mesmo diretor). O filme é redondíssimo, uma aula de cinema. Recomendado para todo e qualquer público.