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hikafigueiredo

"La Vingança", Fernando Fraiha, 2016

Filme do dia (197/2018) - "La Vingança", Fernando Fraiha, 2016 - Após flagrar a namorada Julia (Leandra Leal) com o famoso chef argentino Facundo (Adrián Navarro), Caco (Felipe Rocha) é convencido pelo amigo Vadão (Daniel Furlan) a partir em uma viagem de "vingança" para a Argentina.





Apesar da obra ter o selo Globofilmes (que em 99% das vezes é algo bem negativo) e tratar de questões que envolvem, em maior ou menor nível, posições e tradições machistas, o filme se saiu bem melhor do que eu acreditei lá pela primeira meia hora de história. Assumo que o argumento não me é exatamente agradável - a vingança a uma traição me parece muito coisa de quem não sabe perder, pura imaturidade - e, lá pelas tantas, temi que a narrativa descambasse para ideias completamente machistas e misóginas. Então... em certa medida, a história retrata, sim, todo esse ranço machista que eu tanto temia, mas, há um crítica bem pertinente a essas posições e conceitos carregados, há séculos, pelo patriarcado, o que, para mim, foi positivo. As personagens femininas fazem questão de apontar, nos personagens principais, em especial em Vadão, as atitudes machistas, infantis, desnecessárias - e eu curti bem esse contraponto "feminino". Se num primeiro momento eu detestei o personagem Vadão, lá pelo meio da história eu entendi que ele precisava ser aquele homem imaturo e babaca justamente para que se pudesse fazer a crítica àquele tipo de homem. Achei desnecessário o desfecho que restou a Júlia - na minha opinião, teria sido muito melhor se as coisas tivessem caminhado diferente, como parecia seguir antes da interferência de Facundo (sem spoiler). Dos quesitos técnicos, gostei da trilha sonora multinacional. Gostei da interpretação de Felipe Rocha como o deprimido e obcecado Caco. Daniel Furlan me irritou como Vadão, o que, possivelmente, significa que ele esteve bem no papel. Leandra Leal teve uma ponta quase insignificante como Julia, mas, como sempre, demonstrou seu talento. Gostei de Ana Pauls como Constanza, a noiva fugida. Para ser sincera, a obra, para mim, não funcionou como comédia - a maior parte das piadas apoiavam-se em ideias meio tortas, preconceitos, costumes machistas, bairristas ou somente idiotas mesmo -, mas restou alguma simpatia ao filme, muito por conta do personagem Caco e das personagens femininas. Não saberia dizer se o filme é fácil ou não de ser aprovado pela maior parte do público, motivo pelo qual não aconselho nem desaconselho - quem quiser, arrisque-se por si só.

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