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hikafigueiredo

"Neruda", de Pablo Larraín, 2016

Filme do dia (57/2018) - "Neruda", de Pablo Larraín, 2016 - Chile, década de 1940. O Partido Comunista chileno é colocado na ilegalidade e seu principal expoente, o escritor Pablo Neruda (Luis Gnecco), eleito senador pelo partido, passa a ser perseguido pelo comissário de polícia Oscar Peluchoneau (Gael Garcia Bernal).





O filme trata de um pequeno intervalo de tempo da vida do poeta Pablo Neruda e foca, especificamente, na questão de sua perseguição política (e física) pela polícia chilena. Li, em uma entrevista, que existem poucos dados acerca da vida pessoal do escritor, motivo pelo qual a história foi construída, em grande parte, através de um exercício de imaginação do diretor Pablo Larraín. Narrada através da ótica de seu perseguidor, a história tenta extrair certa poesia desta "relação", colocando, ambos, como personagens de uma narrativa ficcional. Tive certa dificuldade em me envolver com o filme, achei o ritmo lento para o que se refere, mas, mais para o final, acabei sendo seduzida pela "construção poética" de Peluchoneau (sua preocupação de não ser mero personagem secundário naquela história, se por um lado soa patética, por outro escancara sua humanidade, fraqueza e reverência ao perseguido) que, para mim, salvou o filme da monotonia. O filme todo é bastante sóbrio e tradicional, merecia um pouco mais de arrojo criativo. Ponto forte da obra é a interpretação inspirada de Luis Gnecco que, mesmo sem os já mencionados dados acerca do poeta, construiu um personagem bastante carismático e controverso. Já Gael Garcia Bernal - ator de quem gosto bastante - aparece bem apagado no filme, num personagem que não consegue despertar qualquer simpatia (ou mesmo antipatia, ele é simplesmente amorfo). Não diria que o filme é ruim, mas, do diretor, prefiro os ótimos "No" e "O Clube". Indicado mais para quem tem algum interesse especial no tema.

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