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"Norman: Confie em Mim", de Joseph Cedar, 2016

  • hikafigueiredo
  • 6 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

Filme do dia (15/2021) - "Norman: Confie em Mim", de Joseph Cedar, 2016 - Norman (Richard Gere) é um lobista cuja especialidade é criar contatos entre pessoas influentes. Ele conhece um jovem político israelense - Eshel (Lior Ashkenazi) - e o envolve em suas negociatas. Anos depois, o político se torna Primeiro-Ministro de Israel, o que terá forte influência na vida de Norman.





Essa obra trata, basicamente, de esquemas de favorecimento, clientelismo e tráfico de influência, ou seja, de corrupção na sua mais evidente acepção. O filme não esclarece absolutamente nada acerca do personagem Norman, exceto que ele passa seu tempo formulando esquemas de favores e colocando pessoas poderosas e influentes em contato com outras pessoas poderosas e influentes. Como nos EUA - ou em qualquer lugar civilizado no planeta -, isto é visto como uma prática corrupta e desonesta, em algum momento isso iria trazer problemas aos envolvidos - e é o que acontece (cedi a um pequeno spoiler). Mas o que me incomodou no filme é que me pareceu haver um tom de simpatia pelo personagem Norman, colocado como um pobre diabo tentando se dar bem - como todo bom estelionatário. Espero estar enganada na minha leitura, mas a mensagem que o filme me passou é a de que a corrupção está imbricada na sociedade como um todo e que a vida continua correndo apesar e através dela, assim como a de que pessoas corruptas também têm um coração (contém ironia). Certo é que fiquei incomodada com o desfecho da obra. O filme começa árido como o Atacama - diria mais, chato, chatíssimo, chatésimo - e só lá pelo meio da história que as coisas começam a se encaixar e a se tornarem mais interessantes, ainda que muito, muito previsíveis. Existe, ainda, uma tentativa de dar uma pegada meio cômica aos acontecimentos - inclusive com o uso da trilha sonora - que eu achei a coisa mais equivocada do universo (quando corrupção é engraçada?). A narrativa é linear e o ritmo moroso, com um pequeno crescimento mais perto do final. Até visualmente o filme é árido - a gente se cansa de ver tantos ternos cinzas e toda aquela mobília de escritório: não há qualquer cor no filme, a paleta de cores da obra transita entre o cinza, o azul marinho e o branco!!! O elenco conta com Richard Gere no papel de Norman - e digo que me surpreendeu a escolha do papel pelo ator, um camarada célebre por se envolver em causas nobres (vai ver ele viu uma crítica ao invés de um simpatia pelo personagem, não sei); Lior Ashkenazi - ator que eu não conhecia - se sai bem como Eshel, convencendo como o político um pouco deslumbrado pelo poder; a ótima Charlotte Gainsbourg interpreta Alex, uma advogada; e Steve Buscemi faz o papel de um influente rabino. Ah, sei lá... o assunto é enfastiante e, para mim, o resultado final é condenável. Eu não curti muito não.

 
 
 

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