Filme do dia (131/2019) - "O Cidadão do Ano", de Hans Petter Moland, 2014 - Nils (Stellan Skarsgard) é um sujeito pacato, que mora e trabalha em uma pequena cidade encravada nas montanhas da Noruega. Quando seu filho é encontrado morto, vítima de uma overdose, Nils tem certeza de que ele foi assassinado e passa a investigar por sua própria conta. Consequências sangrentas virão quando Nils descobrir o que realmente aconteceu.
O tema do filme, evidentemente, é a vingança, mas, apesar de se aproximar dos gêneros ação e policial, a obra está muito mais conectada com o drama - o que era de se imaginar, afinal são nórdicos fazendo filme sobre vingança e parece que aquele povo lá de cima não relaxa um minuto, tudo é denso e dramático para eles. Por outro lado, o filme é envolto em fina ironia e carrega um certo humor meio sarcástico, que não arranca gargalhadas, mas diverte sutilmente o espectador - coisas como o vilão ser vegano ou ter discussões domésticas padrão com a ex-esposa acerca da educação do filho. A obra inicia já com um ritmo acelerado, que aumenta no decorrer da narrativa, enveredando por uma "brincadeira de gato e rato" entre facções rivais (e Nils no meio de tudo, bem menos "perdido" do que seria de se esperar). A história é boa, a narrativa desenvolve-se muito bem, com uma ou outra passagem pouco crível, mas nada tão absurdo que estrague a trama. Diria que o filme tem um quê "tarantinesco". Bem feita, a obra tem alto padrão de qualidade, mas não destacaria nenhum ponto especialmente. Com relação às interpretações, sou suspeitíssima, pois fã ardorosa de Stellan Skarsgard desde sempre (mas acho que ele me ganhou mesmo em "Ondas do Destino", de Lars Von Trier, com quem tem, inclusive, uma parceria de décadas a fio) - ele está perfeito como o determinado Nils. No elenco, ainda, o fenomenal Bruno Ganz e o ótimo Pal Sverre Valheim Hagen (ator desconhecido para mim) como os chefes dos grupos rivais. O filme é divertido e realmente me prendeu, curti bastante e recomendo.
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