Filme do dia (165/2016) - "O Clube", de Pablo Larraín, 2015 - Em uma casa afastada, em um pequeno vilarejo, quatro padres vivem afastados da sociedade. Após um trágico incidente, um enviado da Santa Sé irá abalar o equilíbrio daquela casa, o que revelará os terríveis segredos dos sacerdotes.
Neste drama chileno, temos uma pequena mostra de como a Igreja Católica, para se proteger, acoberta qualquer "pecado" de seus comandados. Os sacerdotes da história, afastados de seus afazeres religiosos, mas ainda sob proteção e sustento da Santa Sé, revelam-se o que de pior existe no ser humano - pedófilos, abusadores, sequestradores, chantagistas, mentirosos, aliciadores, assassinos, o grupo reúne, enfim, a escória da sociedade. A obra incomoda e causa repulsa e indignação. Pelo tema, pode-se traçar um diálogo deste filme com o premiado "Spotlight" - no entanto, enquanto o filme americano retrata "de longe" os abusos da Igreja Católica, "O Clube" mergulha de cabeça no lamaçal, mostrando, do meio da questão, toda a podridão existente nos porões da Santa Sé. O filme desenvolve-se bastante bem, tem um roteiro linear amarrado e uma estética austera e sombria. A fotografia, escura, ajuda a criar um clima pesado. As interpretações dos atores são corretas, com destaque para a atuação de Antonia Zegers como a hipócrita e falsa freira Mônica (dá vontade de arrancar o sorrisinho dela na base do tapa!). Filme ótimo e perturbador, merece ser visto. Recomendo.
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