Filme do dia (403/2020) - "O Exorcismo de Emily Rose", de Scott Derrickson, 2005 - A advogada Erin Bruner (Laura Linney) é destacada para defender o padre Richard Moore (Tom Wilkinson), acusado de homicídio após a morte da jovem Emily Rose (Jennifer Carpenter) logo após um exorcismo.

A obra, inspirada em um caso real e, evidentemente, bastante romanceada, narra o julgamento de um padre responsável por um exorcismo que teve, como consequência, a morte da jovem exorcizada. Trava-se, então, uma batalha perante a corte entre os argumentos "terrenos" e aqueles de inspiração imaterial. A obra seria um prosaico "filme de tribunal" não fosse os elementos sobrenaturais inseridos na história e que, no fundo, transformam a narrativa em uma miscelânea indefinida que não se encaixa em qualquer gênero de filme, muito embora seja vendido como um terror. E é justamente na inclusão destes episódios sobrenaturais que o filme se perde por completo - e, veja bem, não se tratam de aparições ou visões ou o que quer que seja que acontecem com a moça exorcizada, mas, sim, pequenas ocorrências quando muito suspeitas que acontecem com a advogada e que não chegam a lugar algum. E, ainda por cima, não esperem cenas aterrorizantes do exorcismo ou da experiência sem explicação definida de Emily Rose - isso, simplesmente, não aparece no filme!!!!! Em outras palavras: o filme foi vendido MUITO errado, porque não tem terror algum nele, nem se o torcermos para sair uma gota de medo: não sai!!!!! Resultado: espectador frustrado e enfurecido. O roteiro, ao invés de ater-se ao tribunal, saiu atirando para todos os lados, com um resultado mambembe. A narrativa, truncada, é não-linear, indo e voltando no tempo e alternando realidade com... com sei lá o quê! O ritmo é irregular e a atmosfera é de uma leve tensão forçada. A obra tem alguns bons efeitos especiais, mas nada muito excepcional. Dureza é ter de ver dois profissionais de talento - Laura Linney e Tom Wilkinson - embarcando numa furada desse tamanho, deu até pena, sério. Não tenho muita defesa da obra, porque ela me desagradou em profundidade justamente pela sua indefinição - ficou em cima do muro e não se assumiu nem como drama/filme de tribunal, nem como terror. De qualquer forma, desaconselho para quaisquer dos públicos...
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