Filme do dia (172/2016) - "O Experimento de Aprisionamento de Stanford", de Kyle Patrick Alvarez, 2015 - 1971. Um professor de psicologia de Universidade de Stanford decide fazer um experimento para verificar a perda de identidade e comportamento de indivíduos agrupados. Para tanto, convocou universitários e, após entrevistas, selecionou vinte e quatro voluntários para participar do experimento, consistente em simular uma prisão real. Os voluntários foram aleatoriamente separados em detentos e guardas e levados a um espaço separado no interior da universidade que simulava uma prisão, dando início ao experimento, cujos efeitos foram surpreendentes e aterrorizantes.
Baseado em fatos reais, o filme é uma experiência assustadora, pois expõe como o ser humano médio é incapaz de ter empatia pelo próximo e de agir com ética ao receber algum tanto de poder. O resultado do experimento foi tão aterrador, tão descontrolado, tão abusivo, que, imaginado para durar duas semanas, foi cancelado no sexto dia!!!! A obra causa profundo mal estar, repulsa, indignação, a ponto de eu ter ficado olhando o contador do DVD player na esperança daquela tortura acabar logo (tortura pelo o que estava acontecendo na história, não porque o filme é ruim). Olha, a história é de perder a fé na humanidade, principalmente por ser real!!!! Sem entrar em detalhes para não gerar spoilers, os detentores do poder tornaram-se verdadeiros sádicos, completamente insensíveis e cruéis (incluindo, aí, os próprios pesquisadores que, involuntariamente, acabaram tornando-se parte do experimento), enquanto que os voluntários subjugados viraram vítimas submissas e incapazes de reação (exatamente como aconteceu nos campos de concentração nazistas). A obra é mais do que ótima - ela é essencial e necessária para, quem sabe, o espectador se tornar uma pessoa um pouquinho melhor, desenvolvendo alguma empatia pelos seus semelhantes. Mas prepare-se - é um senhor soco no estômago. A história passa quase que inteiramente naquele universo confinado, criando um clima claustrofóbico e sufocante. A opção por planos próximos ou fechados ajudam na formação dessa sensação de sufocamento. O filme foi muito feliz na escolha do elenco, todos muito bem em seus papéis, com destaque para Ezra Miller (muito amor) e Tye Sheridan como dois dos detentos, Billy Crudup como Dr. Philip Zimbardo e um realmente excepcional Michael Angarano como o mais terrível dos "guardas". Recomendo, e muito.
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