"O Grande Ditador", de Charles Chaplin, 1940
- hikafigueiredo
- 11 de set. de 2019
- 2 min de leitura
Filme o dia (139/2016) - "O Grande Ditador", de Charles Chaplin, 1940 - No entreguerras, Adenoide Hynkel (Charles Chaplin) é o governante de Tomânia. Com sanha bélica, Hynkel pretende invadir Osterich, um país vizinho, ao mesmo tempo em que dissemina o ódio ao povo judeu. Paralelamente a isto, um barbeiro judeu (Charles Chaplin) tenta viver em paz no gueto, ao mesmo tempo em que corteja a jovem Hannah (Paulette Goddard).

No primeiro filme completamente sonoro de Chaplin, o diretor abandona a figura do Vagabundo para dar vida a dois personagens diferentes simultaneamente. O barbeiro judeu guarda algumas semelhanças com o personagem Vagabundo - gentil, bondoso, atrapalhado, digno da atenção e amor da "mocinha" da história. Já Hynkel é uma paródia do personagem histórico Hitler e, como seu inspirador, é uma figura narcisista, arrogante e destemperada. O filme, em quase toda a sua duração, é um grande deboche da Alemanha nazista e da Itália fascista, reproduzindo, de uma forma cômica, características dos dois países. A crítica em forma de pilhéria, no entanto, é abandonada no fim da obra, quando Charles Chaplin, no papel do barbeiro judeu, faz um longo e emocionado discurso contra a guerra, a manipulação das pessoas por líderes sanguinários e a conduta "bovina" do povo em aceitar seus algozes. Apesar de ainda ter um tom de comédia, nas entrelinhas há uma fortíssima crítica política que não guarda nenhuma graça. O filme é excepcional, sem dúvida, mas senti muita falta da comicidade pura e simples de Charles Chaplin e, ainda mais falta do personagem Vagabundo. Também estranhei ouvir Chaplin falando, mas isso é puro apego emocional aos filmes mudos do diretor. Apesar de continuar amando a fase muda, a admiração pelo genial Chaplin permanece e mais uma vez recomendo uma obra dele com fervor!!!!
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