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  • hikafigueiredo

"O Homem da Linha", de Jos Stelling, 1985

Filme do dia (150/2015) - "O Homem da Linha", de Jos Stelling, 1985 - Uma sedutora mulher francesa viaja em um trem, evidentemente fugindo de seu passado. Ela desce, equivocadamente (ou não), em uma minúscula estação, no meio do nada. Ali vive, solitariamente, um homem, responsável pela manutenção dos trilhos que, no inverno, ficam encobertos de neve. A mulher se instala no local, dando início a uma ruptura na vida daquele homem.





Cara... que filme esquisito!!!! Ele é bem diferente, desperta curiosidade, e transmite sensações variadas, mas nem sei dizer ao certo se gostei ou não. O filme é extremamente silencioso - os personagens praticamente não falam, até porque não entendem um a língua do outro. A comunicação, truncada, dá-se por gestos, olhares, linguagem corporal. O homem, rude, desacostumado com o trato humano, desconhecedor da linguagem de sedução de uma mulher, inicialmente é indiferente a ela. Mas a chegada dela rompe o frágil equilíbrio dele com a natureza, o maquinário que controla e a sua solidão. Aos poucos, ele desperta para aquela mulher. Cria-se um clima de tensão crescente, fortemente sexual. Ele se torna obcecado por aquela figura feminina e ela - às vezes arredia, outras horas, oferecendo-se - envolve o homem em uma rede de sedução. Definitivamente, é um filme pouco convencional e talvez esteja aí seu grande mérito e que faça valer a pena assisti-lo. Mas não é um filme fácil e talvez muitas pessoas o achem lento, é preciso certa dose de predisposição. Visualmente, o filme é marcado por cores austeras (cinza, branco, preto, marrom), as quais são quebradas constantemente, pelo vermelho - nas frutinhas que o homem colhe, na geleia, nas roupas da mulher, no batom, no sangue. O filme tem uma bela fotografia, que transmite uma sensação de solidão e claustrofobia. O ritmo, como já disse, é bem lento. A pouca trilha sonora é incidental, limitando-se aos momentos em que a mulher coloca discos em sua vitrola para ouvir. A maior parte da sonoridade fica por conta de ruídos do maquinário, sons da natureza e uma caixinha de música que o homem possui e que trata com cuidado. É um filme curioso e bem sensorial. Tá... acho que gostei, mas só aconselho para quem quer ter uma experiência cinematográfica diferente.

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