Filme do dia (181/2018) - "O Invencível", de Satyajit Ray, 1956 - Índia, 1920. Apu e sua família abandonam sua vila ancestral e rumam para Benares em busca de melhores condições de vida. A morte prematura do pai de Apu fazem com que ele e sua mãe se mudem para um vilarejo distante em Bengala, onde Apu será iniciado nos trabalhos de sacerdote, enquanto se destaca nos estudos.
Segundo filme da "Trilogia de Apu", a obra continua a história do menino Apu e sua família. Como na obra que o antecede, o filme retrata, com muita poesia, o fluxo da vida, as mudanças, as chegadas e partidas, as perdas, a morte. Mais uma vez, a narrativa trata de sonhos, aspirações, esperança, crescimento e, em especial, mudanças e sacrifício. As dificuldades enfrentadas por Apu, ao invés de freá-lo, tornam-se força motriz que o impele para frente, que o empurram para a vida e para o desconhecido. Como o antecessor, é uma obra que retrata as dificuldades e as dores, mas que acena com perspectivas positivas, muito mais do que em "A Canção da Estrada". Curti as passagens que retratam a cultura indiana e os cultos hinduístas, muito interessante. Extremamente bem realizado, com direção perfeita de Satyajit Ray, a obra mantém a linda fotografia P&B e a trilha sonora de Ravi Shankar (eu, que adoro música indiana, fico inebriada com a sonoridade da obra!!!). Destaque para Karuna Baneerjee como a mãe (atriz maravilhosa, chegou a ganhar o prêmio Bafta de Melhor Atriz Estrangeira) e Smaran Ghosal como Apu adolescente. A obra ganhou Leão de Ouro em Veneza e Bafta de Melhor Filme. Maravilhoso, mantém a qualidade do antecessor. Recomendadíssimo.
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