Filme do dia (171/2016) - "O Palhaço", de Selton Mello, 2011 - Valdemar (Paulo José) é o proprietário do Circo Esperança, onde trabalha como palhaço. Seu filho Benjamin (Selton Mello), nascido e criado no picadeiro, segue os passos do pai, atuando como o Palhaço Pangaré. Mas Benjamin começa a questionar seu papel no mundo e no circo, o que terá consequências na vida de todos os artistas do Circo Esperança.
Drama delicado, a obra discorre sobre a crise de identidade do artista e o reencontro deste com sua arte. O filme é sensível, doce, mas acho que esperava mais dele, talvez por ser fã declarada do Selton Mello. O filme evidentemente trava um diálogo com a obra "Bye, Bye, Brasil", mas, enquanto o filme de Cacá Diegues entra em questões políticas e históricas relacionadas ao território nacional, o ambiente de "O Palhaço" é a intimidade do artista, seus dramas interiores e aspirações. Tecnicamente, o filme é correto, com destaque para a fotografia em tons quentes e a colorida direção de arte. Gostaria de poder falar mais do som do filme, cujo desenho foi projetado por um querido amigo, mas minha falta de talento nessa área (reconhecido desde a época da faculdade) me impedem de tecer grandes comentários (desculpa aí, Luiz, você sabe que eu sou surda para cinema!). O filme conta com o talento de Paulo José e, claro, o carisma indiscutível de Selton Mello, além de inúmeras participações especiais, algumas surpreendentes (como Moacyr Franco e Ferrugem). Por ser um filme bem intimista, pode ser que não agrade a muitos, motivo pelo qual sugiro bom senso para eventuais espectadores.
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