Filme do dia (463/2020) - "O Quatrilho", de Fábio Barreto, 1995 - Rio Grande do Sul, 1910. Em uma pequena comunidade de imigrantes italianos, Teresa (Patricia Pillar) e Angelo (Alexandre Paternost) se casam. Pouco depois, fazem sociedade com Massimo (Bruno Campos) e Pierina (Gloria Pires) e vão morar todos em uma grande casa de fazenda. Mas, rapidamente, novos sentimentos darão lugar aos dois casais.
Em um dos principais filmes responsáveis pela retomada do cinema nacional na década de 90, a obra baseia-se no livro homônimo de José Clemente Pozenato e mistura romance e drama em uma história delicada acerca de afinidades e afetos que surgem entre cônjuges trocados de dois casais amigos. O filme mostra como se dá a aproximação dos amantes, lenta e cuidadosamente, não de uma maneira maliciosa, mas de forma natural e apaixonada. A qualidade técnica do filme destaca-se para os anos 90, desde a direção de arte de época, esmerada e minuciosa, à fotografia em tons quentes e a trilha sonora com músicas italianas daquele tempo. O elenco também contribui para a qualidade da obra - ainda que Bruno Campos e Alexandre Paternost estejam ótimos em seus personagens, são Patricia Pillar e, principalmente, Gloria Pires, que dão o tom da história, a primeira como a doce e apaixonada Teresa e, a segunda, como a pragmática e contida Pierina. Aliás, percebe-se, inclusive, uma certa divisão na história - em um primeiro momento, o foco encontra-se em Teresa; em seguida, ela sai de cena e quem comanda a narrativa à partir deste ponto é a personagem Pierina. Destaque total para a cena de Pierina na igreja. O filme é tão bom, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Leve, romântico e otimista, o filme é gostosinho de assistir e agrada quase qualquer público. Recomendo com carinho.
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