"O Ritual", de David Bruckner, 2017
- hikafigueiredo
- 25 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Filme do dia (409/2020) - "O Ritual", de David Bruckner, 2017 - Um grupo de amigos se reúne para decidir a tradicional viagem de férias do grupo. Um evento excepcional os levará a uma exótica opção de roteiro - as trilhas de trekking das montanhas do norte de Suécia. Mas eles logo descobrirão que esta não teria sido a melhor das ideias.

As possibilidades de você se deparar com um filme péssimo quando você opta por um filme de terror são maiores do que em qualquer outro gênero. Existe uma quantidade gigantesca de obras horríveis, sem pé nem cabeça e com roteiros risíveis. Mas, quando você se depara com um filme que se afasta disto e consegue entregar uma história que realmente te faz suar frio e até pensar em desistir de ver a obra, tamanha é a apreensão que você está sentindo, aaaahhhh... é um prazer imenso!!! Pois a segunda opção cabe como uma luva para este filme aqui! A obra pode ser definida como "folk horror" - aquele tipo de história que se apoia em lendas, folclores e crenças, sempre ligada a ambientes mais rurais ou selvagens como campos e florestas e habitualmente vinculados a temores religiosos, cultos satânicos, bruxaria e similares. Devo dizer que, para mim, é uma das vertentes do gênero mais convincentes e assustadoras. A história começa com um evento que pouco tem a ver com o terror em si, mas que terá repercussões no desenrolar da trama. Após uma breve elipse, nos deparamos com o grupo na fatídica viagem pelos interiores da Suécia, longe de qualquer civilização. Daí em diante, prepare-se para um terror psicológico de altíssima qualidade, com algumas poucas cenas de jumpscare, que não chegam a definir o filme. A narrativa flui muito bem, fui sendo tomada por um medo inicial modesto, que foi se avolumando a cada segundo que passava, até estar completamente absorvida pela história e em verdadeiro pânico! O filme alterna cenas mais tensas e de ritmo mais marcado, com outras de "respiro", para dar tempo do espectador se recuperar para a próxima "surra de medo", sendo que o intervalo entre duas cenas apavorantes vai se tornando cada vez menor. A tensão, no entanto, é crescente, não tem pausa para descansar não. Tudo se passa entre trilhas descampadas e o interior de um floresta, em ambiente completamente hostil. Não sei se a explicação oferecida na história e, teoricamente, baseada em mitologia nórdica tem algum respaldo real naquelas crenças - sabemos que o cinema americano adora fazer meleca com a cultura de outros povos -, mas que tudo funcionou bem para trazer tensão ao espectador, funcionou. O filme tem efeitos especiais de qualidade, que se sustentam. O elenco é encabeçado por Rafe Spall (filho de Timothy Spall), muito bem no papel do atormentado Luke, e traz, ainda, Robert James-Collier como Hutch, Arsher Ali como Phil, Sam Troughton como Dom e Paul Reid como Robert. Filme de terror bááááárbaro, acerca do qual jamais havia ouvido falar! Adorei! Recomendo bastante!!!! PS - Não confundir com o filme de terror de 2011, com o Anthony Hopkins - é também um filme legal, mas gostei mais desse aqui.
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