Filme do dia (95/2020) - "O Samurai do Entardecer", de Yoji Yamada, 2002 - Japão, 1860. Seibei (Hiroyuki Sanada) é um samurai de segunda categoria que exerce funções burocráticas para seu senhor. Cuidando de duas filhas e uma mãe senil, Seibei leva uma vida difícil. O reencontro com Tomoe (Rie Miyazawa), seu amor de infância, transformará sua realidade.
A obra discorre acerca das prioridades eleitas por cada um e sobre as escolhas de vida a partir destas prioridades. Seibei revela-se, ao longo da narrativa, um samurai habilidoso, o que poderia elevá-lo a cargos de maior status e salário, mas, ao priorizar sua família e o trabalho na sua pequena propriedade, Seibei escolhe uma existência mais modesta. É um filme bonito e poético, com uma história simples, mas bastante bem contada. Para mim, o único porém da obra é beber demais do cinema hollywoodiano, afastando-se - e muito, eu diria - do cinema japonês. Em outras palavras, é um filme japonês que não parece japonês - o que para mim é um grande defeito, já que eu adoro o cinema produzido naquele país. Destaque para a cena da luta final, desde o diálogo entre os dois samurais até o desfecho (sem spoiler). A obra apresenta uma direção de arte de época bastante caprichada, e uma fotografia bonita, com uma paleta de cores em tons amarelados e marrons. Gostei bastante do trabalho de Hiroyuki Sanada como Seibei - ele conseguiu transmitir humildade e determinação com seu personagem. Belo filme. Curti e recomendo (mas não como exemplo de cinema japonês rs).
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