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hikafigueiredo

"Olhos Azuis", de José Joffily, 2009

Filme do dia (16/18) - "Olhos Azuis", de José Joffily, 2009 - Marshall (David Rasche) é o chefe de imigração do aeroporto JFK nos Estados Unidos. À véspera de sua aposentadoria compulsória, Marshall comete excessos na sua função, culminando em uma tragédia e na sua consequente detenção. Após sua libertação, Marshall vem para o Brasil para expiar seus pecados e, para tanto, conta com a ajuda da prostituta Bia (Cristina Lago).






Nesta interessante obra do cinema nacional, temos um tema pouco explorado na nossa cinematografia - o olhar (negativo e preconceituoso) do outro sobre nós, latino-americanos e brasileiros. Tratados como lixo, expostos a tratamento degradante e sujeitados a interrogatório abusivo e vexatório, os imigrantes latino-americanos são pressionados e humilhados de todas as formas - até que um "espana" e tem uma reação impensada. Apesar da temática real, achei pouco verossímeis dois pontos do filme: de um lado, a reação impulsiva do imigrante foi "explosiva" mas não "extremada" e acredito que alguém que chegasse àquela reação possivelmente não teria freio algum (como teve o personagem); de outro, o "mea culpa" do agente de imigração - preconceituoso e arrogante - não me pareceu crível, ainda mais após a reação do imigrante (provavelmente ele justificaria sua conduta para si mesmo dizendo "Não disse que ele era um perigo para o cidadão americano??? Olha aí a reação violenta dele"). De qualquer forma, acatando como possíveis os dois pontos citados, o filme se desenvolve bem em dois tempos cronológicos alternados, criando um interessante suspense acerca do desfecho das ações relacionadas à véspera da aposentadoria de Marshall. Curti como a obra expõe o choque entre as condições de vida nos Estados Unidos e no interior de Pernambuco - há um verdadeiro fosso entre o tempo que se passa em solo americano e aquele que acontece no Brasil. Também gostei das interpretações de David Rasche e Cristina Lago, apesar de alguns diálogos "marromenos". Achei que o papel da agente de imigração americana Sandra foi exagerado, não posso crer que alguém seja tão escroto daquele tanto (mais até do que Marshall). Destaque mais que óbvio para a interpretação de Irandhir Santos como Nonato - ele nunca, NUNCA, deixa a peteca cair, ator irretocável!!!! Não diria que é o melhoooooor filme nacional, mas tem qualidades indiscutíveis e vale a pena ser visto (e tem o Irandhir <3 rs). Recomendado.

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