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"Onibaba, a Mulher-Demônio", de Kaneto Shindo, 1964

hikafigueiredo

Filme do dia (132/2018)- "Onibaba, a Mulher-Demônio", de Kaneto Shindo, 1964 - Japão, século XIV. Em um período de guerras, duas mulheres sobrevivem dos despojos de guerreiros mortos por elas no campo de juncos onde moram. O retorno de Hachi, um vizinho, transformará a relação entre as duas mulheres.





Raros são os filmes do gênero terror que podem ser considerados verdadeiras obras-primas e cuja excelência técnica destoem verdadeiramente da média. Esse é o caso de "Onibaba". Não são necessários mais do que cinco minutos de filme para perceber o quanto ele é diferenciado. A narrativa é muito bem construída, num ritmo lento, com a formação vagarosa de uma atmosfera de suspense e tensão. A fotografia P&B, belíssima, muito contrastada, transforma cada cena em uma verdadeira tela de pintura. A luz é um verdadeiro elemento dramático na história e é responsável por recortes essenciais à narrativa, destacando olhos, expressões, detalhes sem os quais não haveria a tensão crescente. Da mesma maneira que a fotografia, a montagem é usada para criar tensões e distensões - e faz isso com habilidade. A música também participa dessa atmosfera, com o uso de tambores típicos da música oriental (até chamou a atenção da surda aqui). E as interpretações - ah, as interpretações!!! - são exemplares!!! Nobuko Otowa tem uma expressividade rara como a mulher idosa (só que é evidente que ela é bem mais nova do que a história sugere), assim como Jitsuko Yoshimura como a mulher jovem (ela tem um olhar impressionante, uma raiva contida, uma sede de emoção!!!). Tudo é extremamente bem orquestrado por Kaneto Shindo, eu fiquei extasiada com o filme!!!! Não sei se isso é tão terror como se pinta, acho que o filme tem muito de drama, mas vale cada segundo de duração. Recomendadíssimo!!! Muito!!!

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