Filme do dia (145/2016) - "Os Guarda-Chuvas do Amor", de Jacques Demy, 1964 - Genevieve (Catherine Deneuve) e Guy (Nino Castelnuovo) são jovens e estão apaixonados. No entanto, o romance do casal é subitamente interrompido pela convocação de Guy para o exército. Antes de sua partida para a guerra, Genevieve lhe faz juras de amor, mas um evento poderá afastá-los um do outro.
Esse musical francês abarca tanto o romance quanto o drama e caracteriza-se por ter todas - eu disse TODAS - as falas cantadas. De outro lado, entretanto, não tem nenhuma cena de dança. Apesar do romancezinho água com açúcar, a relação do casal é tratada com realismo e acabou por me surpreender no final das contas. O roteiro é linear e tem um bom desenvolvimento, mas nada excepcional. A direção de arte do filme chamou a minha atenção pela profusão de cores que, se não são berrantes como as das obras do Almodóvar, também estão longe de serem suaves - temos um festival de tons que parecem acompanhar o desenrolar dos sentimentos de Genevieve. A trilha sonora, por sua vez, vai de melodias suaves a muito jazz de qualidade, e pelo menos uma das músicas marca a memória do espectador como ferro quente (prepare-se para ficar com ela na sua "radiohead" por horas a fio). Quanto às interpretações, temos uma jovem e mais linda do que nunca Catherine Deneuve, que faz uma confusa e comovente Genevieve. Nino Castelnuovo, tão lindo quanto Deneuve, também está ótimo como Guy. A obra ganhou a Palma de Ouro em Cannes naquele ano (1964). O filme é muito doce, mas é, definitivamente, para quem curte musicais.
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