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  • hikafigueiredo

"Os Mortos-Vivos", de Gary Sherman, 1981

Filme do dia (39/2022) - "Os Mortos-Vivos", de Gary Sherman, 1981 - Estranhos acontecimentos relacionados à morte de forasteiros andam acontecendo na pequena cidade de Potters Bluff. O xerife Dan Gillis (James Farentino) passa a investigar as ocorrências, mas as condutas de diversos moradores da cidade fazem com que o policial passe a desconfiar de cada um deles, incluindo velhos e conhecidos amigos.





Dentro do gênero terror, os filmes de zumbi são os que, mais comumente, apresentam conteúdos sérios e filosóficos. Muitas vezes, através de alegorias, as obras deste nicho tecem críticas sociais, discorrem sobre a natureza humana e assumem posicionamentos políticos, transcendendo o simples entretenimento. Dentre estas, podemos mencionar todos os filmes de George A. Romero e produções como "A Noite Devorou o Mundo" (2018) e até mesmo a franquia "Resident Evil" e a série para televisão "The Walking Dead". Mas há, também, aqueles filmes que fazem uso de antigas lendas ligadas a religiões caribenhas, numa leitura equivocada e preconceituosa, via de regra mencionando o bom e velho vudu, e completamente esvaziados de qualquer conteúdo crítico - obras que raramente me seduzem. Pois é neste segundo grupo que esta obra se encontra. Com um roteiro chinfrim, que dispensa explicações mínimas e menciona brevemente as religiões caribenhas para logo abandonar essa orientação, o sonolento filme tenta inovar o gênero e acaba colocando pés pelas mãos, não chegando a lugar algum. Até como mero entretenimento, a obra fracassa, pois não se decide como thriller ou filme de terror, permanecendo no meio do caminho entre ambos. Sequer o plot twist final colabora com alguma emoção pelo simples fato que não faz qualquer sentido no corpo da história. A narrativa é linear, em um ritmo moderado, com várias cenas com inspiração gore - algumas bem feitas, outras nem tanto. A atmosfera de suspense supera o clima de terror propriamente dito, distanciando a obra de suas origens. Alguns bons efeitos especiais aqui e ali até chegam a surpreender, mas não salvam o filme da decepção. Na minha opinião, a melhor cena mesmo é a que abre o filme, ainda que várias coisas nela careçam de explicação - como a insistência nas câmeras fotográficas e gravações que, em momento algum, merece algum esclarecimento. Até a fotografia meio desmaiada, sem contraste ou saturação, me aborreceu. O elenco, tampouco, mostrou-se acima do medíocre, apesar de certo esforço de James Farentino no papel do protagonista Dan Gillis. A título de curiosidade, temos, no elenco, o talvez não tão célebre Robert Englund , que, alguns anos depois, assumiria a identidade do famoso Freddy Krueger, criatura nefasta da franquia "A Hora do Pesadelo" (ou, ainda "Pesadelo em Elm Street"). O filme promete muito mais do que entrega e me deixou com um sabor amargo na boca. Sinceramente, vale mais à pena investir seu tempo nas obras do mestre Romero ou, até mesmo, na ótima sátira "Zumbilândia" (2009) ou no bom espanhol "REC" (2007). Dispensável.

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